Começa, nesta sexta, mais uma Mostra de Tiradentes

Começa, nesta sexta, mais uma Mostra de Tiradentes
Foto-geral-Leo-LaraUniverso-Producao-scaled
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp

Raquel Hallak, coordenadora-geral, fala sobre esta edição

Tribuna de Minas    Por Cecília Itaborahy

Foto geral Leo LaraUniverso Producao

Neste ano, a mostra vai exibir 145 filmes, sendo 43 longas, três médias e 99 curtas-metragens, que vieram de 20 estados brasileiros (Foto: Leo Lara/Universo Produção)

“São 27 anos fazendo com que a Mostra de Cinema de Tiradentes siga viva”, afirma Raquel Hallak, coordenadora-geral do festival que dá início à temporada cinematográfica do Brasil. Ela diz isso porque cada tenda montada, cada pessoa que pisa pelo chão histórico, cada minuto de filme que se passa, cada debate, oficina e encontro – tudo é calculado. Calculado com um objetivo único: “A gente nasceu para ser o grande aliado do cinema brasileiro e a gente sempre teve o compromisso de mostrar o retrato dessa produção no Brasil”. A missão segue viva e é o motor de tudo. E nessa sexta-feira (19), começa a Mostra de Cinema de Tiradentes. Com novos desafios, novas propostas, em um novo tempo, mas com o mesmo compromisso firmado lá no final do século passado. 

Com o tema “As formas do tempo”, a proposta é pensar de que forma o tempo influencia na produção cinematográfica, no agora. Como lidar com a aceleração temporal diante da produção cinematográfica? É essa a pergunta que guia os filmes, os debates e as oficinas desta edição do festival, que segue até o dia 27 de janeiro. “O tempo de agora, esse tempo acelerado, determina o fazer cultural. A ideia, deste ano, é trazer implicações políticas, essa gestão da inovação, ao mesmo tempo a diversidade dentro do tempo: o tempo que cada um enxerga também ao ver esse cinema”, explica Raquel.

A temática parte de uma observação que a organização faz nos últimos dois anos. “A gente vê o que está mudando no audiovisual, quem está fazendo cinema, que filmes são esses, quais são as linguagens, as inovações e as narrativas.” A partir disso, pensa-se também nos homenageados que dialogam com a proposta pela sua trajetória. E, neste ano, eles são André Novais e Bárbara Collen. “Eles são duas personalidades que representam inovação no cinema brasileiro, ao mesmo tempo representam o cinema mineiro, que a gente destaca, através deles, nesta edição, que é um cinema que tem tido uma potência muito forte nos últimos anos”. André e Bárbara são de uma mesma geração de artistas – ela, na atuação, ele, na direção – que beberam das mesmas fontes e, juntos, inclusive, movimentaram esse cenário no Brasil todo. 

RAQUEL HALLAK Leo LaraUniverso Producao 2

“O tempo de agora, esse tempo acelerado, determina o fazer cultural”, reflete Raquel Hallak, coordenadora-geral da mostra (Foto: Leo Lara/Universo Produção)

De Minas e do Brasil todo

Isso mostra, ainda, que apesar de reunir produções e participantes do Brasil todo, a Mostra de Tiradentes segue mantendo seu DNA mineiro. “A gente faz isso porque é fundamental olhar para dentro do seu estado. Ver o que está sendo produzido aqui. Ter um lugar reservado para a produção mineira. E várias mostras dão conta disso: a Regional, que reserva espaço para produção do interior de Minas, que muitos realizadores fazem oficina no festival, começam fazendo cinema a partir das oficinas; tem a Foco Minas, que já é destaque e aponta para produções com diferenciais; e nas outras mostras que têm essa interface”. Uma aposta, neste ano, é o filme “Placa-mãe”, de Igor Bastos, o primeiro longa-metragem feito no interior de Minas Gerais. 

Ao mesmo tempo que olha para seu próprio espaço, abre o braço para todos os outros interiores. “A gente precisa dar conta da diversidade de produção do Brasil. Foi na Mostra que a gente estreou filmes de vários estados que não tinham espaço em seus próprios estados e que a gente estava olhando e apostando nessas cenas. A gente, com isso, faz, realmente, um recorte diversificado”. E o número de produções que vão ser exibidas mostra isso. No total, são 145 filmes. Deles, são 43 longas, três médias e 99 curtas-metragens. Eles vieram de 20 estados brasileiros. Além das 60 sessões, os debates e encontros também refletem essa diversidade. Alguns filmes também estarão disponíveis para serem acessados, durante a mostra, no site oficial, de forma gratuita. 

Fórum de Tiradentes 

Neste ano, acontece ainda a segunda edição do Fórum de Tiradentes dentro da mostra. As discussões dos profissionais da área do audiovisual já começaram de forma on-line e vão acontecer, em Tiradentes, do dia 20 ao dia 23. Na última edição, a proposta foi construir um documento com diretrizes e recomendações para o audiovisual em um cenário de reconstrução do Ministério da Cultura. Foram cinco grupos de trabalho (GTs), divididos em: preservação, formação, distribuição, exibição e produção. O documento foi entregue ao MinC e a outros setores competentes, para que o trabalho fosse colocado em prática. 

Agora, a proposta é revisitar o documento, fazer um balanço do que foi concretizado, o que é prioridade e o que precisa ser acrescentado. Para guiar os debates, os assuntos foram divididos em três eixos temáticos: o avanço das políticas estruturantes e transversais; legislação e marcos regulatórios, com especial ênfase na regulação dos serviços de VoD; e os desafios de capacitação para a gestão compartilhada de políticas nacionais de fomento com estados e municípios. A proposta é que, a partir disso, um novo documento seja feito e uma nova publicação com essas diretrizes atualizadas.