Brasil busca a medalha de número 400 nos Jogos Paralímpicos de Paris
Cerimônia de abertura é nesta quarta-feira (28), a partir das 15h, e delegação brasileira terá 280 atletas
O Tempo Sports Por Paula Coura
A porta do Grand Palais permanece aberta, as luzes do Palácio de Versalhes acesas e a pista do Stade de France está intacta. Tudo segue pronto em Paris para receber, a partir desta quarta-feira (28 de agosto), as Paralimpíadas. As competições seguem até 8 de setembro em 18 locais, 16 deles também utilizados nos Jogos Olímpicos. Ao todo, 4.400 atletas de 185 países participam das disputas. O Brasil busca a medalha de número 400 na história.
“Estes momentos de alegria vividos durante os Jogos Olímpicos não são nada comparados ao que veremos nos Jogos Paralímpicos. As pessoas vão esquecê-los ainda menos", prometeu a prefeita de Paris, Anne Hidalgo.
Algumas das sedes das competições durante as Olimpíadas agora vão receber as disputas paralímpicas, como o Grand Palais (que receberá esgrima em cadeira de rodas e o taekwondo) ou o Palácio de Versalhes (hipismo). O mesmo acontece com o ciclismo de pista, o tiro esportivo e o triatlo, novamente com a etapa da natação no rio Sena.
A Cerimônia de Abertura começa às 15h (de Brasília), com o desfile dos atletas que partirá da parte inferior da Champs-Elysées se estendendo até a icônica Place de la Concorde. Os campeões paralímpicos Beth Gomes, do atletismo, e Gabriel Araújo, da natação, serão os porta-bandeiras brasileiros. O canal SporTV 2 vai transmitir o evento.
O atletismo é o esporte em que o Brasil mais conquistou medalhas em Jogos Paralímpicos, com 170 somando os pódios das provas nas pistas e no campo – foram 48 de ouro, 70 de prata e 52 de bronze.
A natação tem o segundo maior número de atletas em Paris, 37 nadadores ao todo. É também a segunda modalidade em que o Brasil mais conquistou medalhas na história dos Jogos, com 125 medalhas (40 ouros, 39 pratas e 46 bronzes).
“Temos a certeza e a tranquilidade de que eles orgulharão os compatriotas quando entrarem na Champs-Élysées, empunhando o pavilhão brasileiro”, disse Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro e bicampeão paralímpico no futebol de cegos, em Atenas 2004 e Pequim 2008.
Na história dos Jogos Paralímpicos, que teve sua primeira edição em Roma 1960, o Brasil tem um total de 109 ouros, 132 pratas e 132 bronzes, com 373 medalhas ao todo. Faltam 27 pódios para o número 400.
Brasil nas Paralimpíadas de Paris
A delegação brasileira será a maior para uma edição dos Jogos fora do Brasil, com 280 atletas no total. São 255 com deficiência, 19 atletas-guia (18 para o atletismo e 1 para o triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo.
A maior equipe nacional fora de casa era de 259 convocados ao todo em Tóquio-2020. Já o recorde de participantes do país foi nos Jogos do Rio-2016, ocasião em que o Brasil sediou o evento e contou com 278 atletas com deficiência em todas as 22 modalidades já classificadas automaticamente.
O Brasil estará representado em 20 das 22 modalidades. São elas:
- atletismo
- badminton
- bocha
- canoagem
- ciclismo
- esgrima em cadeira de rodas
- futebol de cegos
- goalball
- hipismo
- halterofilismo
- judô
- natação
- remo
- tênis em cadeira de rodas
- taekwondo
- tênis de mesa
- tiro com arco
- tiro esportivo
- triatlo
- vôlei sentado
Só não haverá brasileiros no basquete em cadeira de rodas e no rugby em cadeira de rodas.
Mulheres em destaque
Dos 255 atletas com deficiência convocados pelo Brasil, 117 são mulheres, ou 45,88% do total dos competidores. O número representa a maior convocação feminina brasileira na história dos Jogos Paralímpicos, tanto em quantidade quanto em termos percentuais.
Em números, as atletas que estarão na capital francesa vão superar as convocadas para a edição do Rio-2016, quando o Brasil teve 102 mulheres, o que representou 35,17% do total da delegação.
Entre as mulheres em Paris estará a catarinense Bruna Alexandre, mesatenista de 29 anos. Ela foi a primeira atleta brasileira apta a defender o Brasil nos Jogos Paralímpicos e Olímpicos no mesmo ciclo, já que participou das Olimpíadas em Paris.
“Essa experiência na Olimpíada com certeza vai me ajudar nos Jogos Paralímpicos. Eu joguei nas principais mesas da arena, enfrentei atletas olímpicos, e isso pode sim fazer a diferença”, disse Bruna Alexandre.
Ela compete na classe 10 (para andantes) e disputará nas duplas mistas, nas duplas femininas e no individual. Aos seis meses de vida, Bruna foi submetida à amputação do braço direito por consequência de uma trombose.
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