Destruição de santuário no Pantanal deixa araras-azuis, onças e tamanduás em risco
Incêndio ocorrido nos dias 1° e 2° de agosto destruiu grande parte do local
Ana Luisa Sales Itatiaia
O Instituto Arara Azul é uma organização não governamental que atua há quase 30 na região do Pantanal. Gerenciado pelo biólogo Neiva Guedes, o local visa garantir a reprodução e a permanência das aves em seu hábitat, protegendo-as do tráfico de animais e de outros riscos. Nesse período, conseguiu aumentar a população de araras-azuis e até expandi-las para outras regiões do bioma.
Mas, nos últimos anos, o trabalho de conservação realizado pelo instituto convive com mais uma ameaça recorrente: o fogo. Embora incêndios façam parte até certo ponto do ecossistema do Pantanal Neiva descreveu o evento que atingiu a propriedade onde está a base principal da organização, no Mato Grosso do Sul, nos dias 1º e 2 de agosto, como algo sem precedentes.
“Foi um fogo avassalador, numa velocidade e impacto que a gente nunca viu, queimando árvores centenárias”, disse ao Estadão. Muitas dessas árvores são justamente a base da alimentação das araras-azuis. Elas são especialistas (se alimentam apenas de determinadas espécies) e comem os frutos das palmeiras acuri e bocaiuva, que podem levar um ano e meio ou mais para produzir frutos. Até lá, o projeto planeja suplementar a alimentação das aves.
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