Banda Biquini se apresenta em Juiz de Fora, no Antuérpia Rock Festival

Banda Biquini se apresenta em Juiz de Fora, no Antuérpia Rock Festival
Banda apresenta novo show na turnê (Foto: Marcos Hermes/ Divulgação)

Festival, que acontece neste sábado, conta ainda com Nando Reis e Blitz como atrações

 Tribuna    Por Renato Knopp*

 

Na música “Zé ninguém”, do Biquini, há um verso que diz: “Quem foi que disse que a vida começa aos 40?”. À época da composição da letra, o grupo não imaginava que em 2025 – quatro décadas após iniciar a carreira -, estaria respondendo ao próprio questionamento, afirmando que “A vida começa aos 40”, nome da nova turnê do grupo que chega a Juiz de Fora neste sábado (12). A apresentação faz parte do Antuérpia Rock Festival, que acontece no sábado (12), a partir das 20h, no Terrazzo (Avenida Deusdedith Salgado 5050 – Salvaterra). Além do grupo, Nando Reis e Blitz são outras atrações do festival. Os ingressos podem ser adquiridos na Central dos Eventos.

Quarentões de estrada

Os exemplos de brigas monumentais no rock, evolvendo os integrantes das bandas e até separações, são vários. Mas assim como as desavenças fazem manchetes, é importante destacar também quando as “exceções” ganham notoriedade, como no caso do Biquini. Há quatro décadas o grupo permanece unido, tendo passado apenas por uma grande mudança: de um quinteto transformou-se em quarteto, com a saída de Sheik, quando o grupo completava 15 anos.  

Quarentões de estrada, o vocalista Bruno Gouveia afirma que a amizade e o respeito entre os membros – além dele, Álvaro Birita (bateria), Carlos Coelho (guitarra) e Miguel Flores da Cunha (teclado) – são os principais motivos para a longevidade da banda.  “Nós nos formamos como um grupo de amigos tentando ser músicos, e não um grupo de músicos tentando ser amigos. Isso faz muita diferença, principalmente nos momentos de divergência.”

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Biquini está há quarenta anos na estrada (Foto: Marcos Hermes/ Divulgação)

 

Entretanto, se a formação não foi alterada, são diversas as mudanças em tantos anos de carreira para manter o Biquini como uma das principais bandas no cenário do rock nacional. Entre elas, está o próprio nome do grupo, que perdeu o complemento “Cavadão”, em 2022. A forma de compor também foi alterada, como afirma Bruno: “Vamos escrevendo sempre coisas sobre o que estamos observando”. E para corroborar com a frase, eles lançaram os singles “Uma viagem” (2025) e “A vida começa agora” (2025), que irão compor o EP “A vida começa aos 40”, que será lançado até maio deste ano. 

Nas duas letras, é possível observar uma característica em comum, “não esperar o tiro de partida”, como diz Bruno, para tomar uma decisão e dar uma guinada na vida. Em certo sentido, são letras sobre ressignificar o ponto de vista ou, como o vocalista explica, “de repente você está ali, quase de cara com o muro, e só de virar o rosto dá para encontrar um corredor, não um muro”. 

Além do EP “A vida começa aos 40”, a banda pretende lançar outro trabalho, ainda no segundo semestre de 2025. Eles serão reunidos e transformados em um álbum, ainda sem previsão de lançamento.  

Mudanças

Além dessas transformações, outra marcante está na plateia. Com o passar dos anos e o envelhecimento da juventude oitentista, o público do Biquini foi crescendo. Tornou-se comum ver famílias frequentando os shows, com diferentes gerações passando a acompanhar a banda. “Às vezes, a menina de hoje que gosta de ‘Timidez’, não sabe que foi essa canção que fez começar o namoro de seus pais. As músicas dão essa atemporalidade.”

Bruno também exemplifica isso com dois outros grandes sucessos da banda: “Zé ninguém”, usada até hoje como forma de protesto pelo grupo, e “Tédio”, a primeira música escrita pelo Biquini, em 1984 e lançada no ano seguinte. “Muitas pessoas abordaram esse assunto (do tédio), mas, talvez, tenhamos conseguido fazer de maneira especial”, acredita o artista. 

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Grupo pretende lançar EP até o início de maio (Foto: Marcos Hermes/ Divulgação)

 

Outro fator que mudou nesses quarenta anos de carreira é que o gênero rock já não tem o destaque que tinha quando começaram o trabalho. Esse fator, em certo sentido, gera preocupação para o vocalista, que acredita que “há muito tempo que o rock não tem uma novidade”, apesar de existirem “várias bandas que estão ‘ralando’ e estão mostrando trabalhos muito bonitos”. Entretanto, o músico recomenda para novos artistas abdicarem do desânimo e acreditarem, pois “é uma questão de tempo” até que o público conheça esses novos trabalhos.    

Já entre o que permanece em comum, está a relação criada entre o Biquini e Juiz de Fora. Bruno destaca que a banda já se apresentou diversas vezes na cidade e o saxofonista da banda de apoio é juiz-forano. “O carinho que fomos recebidos fez com que reatássemos os laços a cada apresentação.”

Serviço

Antuérpia Rock Festival

  • No sábado (12), às 20h
  • No Terrazzo (Avenida Deusdedith Salgado 5050 – Salvaterra)
  • Classificação: 18 anos
  •  

*Estagiário sob supervisão da editora Cecília Itaborahy