Atlético vai banir torcedores e mudar protocolos de segurança da Arena MRV; entenda
Estádio foi interditado pelo STJD nesta terça-feira (12/11), e Galo terá que mandar jogos em outro lugar
O Tempo Sports Por Pedro Faria
As confusões vistas por toda a Arena MRV antes durante e depois da final da Copa do Brasil, no último domingo (10/11), contra o Flamengo, levaram o Atlético a rever todo o protocolo de segurança do estádio para o futuro. Nesta terça-feira (12), o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) interditou o local por tempo indeterminado.
Em conversa exclusiva com a reportagem de O TEMPO Sports, o CEO do clube, Bruno Muzzi, detalhou as mudanças que o Atlético está estudando fazer em seu próprio estádio para evitar repetir as cenas lamentáveis que ocorreram não só dentro da Arena MRV, mas também nos acessos.
Para o CEO, o Atlético terá que mudar os protocolos e instalar novos sistemas de segurança, o que pode prejudicar a experiência do torcedor. “Temos que pegar isso e fazer um ponto de mudança radical em várias maneiras que enxergamos o público na Arena MRV. É um estádio que foi concebido de forma moderna, de forma que houvesse maior interação da torcida com o campo, mas vimos que isso não dá certo. Os justos pagam pelos pecadores. Temos que pensar em subir os vidros, ter catracas iguais as antipânico da Europa, que vão do piso ao teto, onde passam um por um. Ampliar a discussão de segurança privada e pública dentro do estádio, que é um ponto importante”, disse.
“Outras medidas menos populares, como não ter mais ingresso de papel, só digital, impedindo que sejam transferidos. Temos muitas coisas para debater. Desde às 13h de domingo até hoje estamos nesse modo de crise, de reflexão, discussão profunda de tudo que aconteceu”, completou Bruno Muzzi.
O dirigente do clube explicou que as medidas durante a confusão do último domingo foram tomadas ao vivo, direto do centro de operações do estádio e que o reforço na segurança privada não foi o suficiente. Muzzi disse que o Atlético vai banir os torcedores que forem identificados. “Pensamos para esse jogo, diferente dos demais onde temos 450 seguranças privados, tivemos 710. Foi o maior efetivo do Batalhão de Choque e PM na Arena MRV. Gradeamento no gramado e nada disso foi o suficiente para conter o vandalismo e agressões aqui dentro”, contou.
Até agora, 16 pessoas foram conduzidas pelo Atlético para a delegacia e 12 ficaram presas. Mais 10 torcedores foram identificados. Os delitos cometidos por eles são os mais diversos, entre agressões verbais, tentativa de invasão de campo e arremesso de bombas. “Vamos punir nos programas de sócio-torcedor, independente de onde eles estavam no campo. Vamos suspender, banir do estádio. Quando complementarmos o reconhecimento facial, vamos impedir esses criminosos de entrar no estádio. Os que tiveram suspensões administrativas também, precisamos deixar essa turma de fora da Arena MRV”, explicou Muzzi.
Segundo o dirigente, além de todo o prejuízo financeiro, que ainda não foi contabilizado, há também um prejuízo moral por parte do clube. “Temos que elevar a segurança da Arena para outro patamar. Nosso prejuízo maior que o financeiro é o moral, um sentimento de perda, o Galo perdeu, a torcida perdeu, o Brasil perde com o espetáculo da forma que foi, já que o futebol é um patrimônio importante. Esse é o meu sentimento verdadeiro”, disse Muzzi.
Segurança da imprensa e torcida visitante
Muzzi também falou sobre os fatos ocorridos com um fotógrafo que trabalhava no jogo e foi atingido por uma bomba e como os suspeitos entraram no estádio com os artefatos. “Precisamos pensar em subir os vidros. Ter um maior perímetro de controle das pessoas que entram na arena sem ingresso. Controlar essas invasões da rua para dentro do estádio, que é uma questão de segurança pública. Melhores revistas na esplanada. E punir. São os caminhos que vamos adotar e usar de toda essa tristeza para que eleve o patamar de segurança.
Sobre a confusão envolvendo a torcida do Flamengo antes da partida, o CEO do Atlético disse que houve um problema nas catracas e que, devido a quantidade de pessoas, a situação piorou. “Nesse jogo em específico não houve confronto entre as torcidas. Lá fora, o que ocorreu foi o problema das catracas no início do jogo, quando elas começaram a ficar lentas eles quebraram as catracas e começaram a invasão. Acionamos a cavalaria para conter. No jogo do River, por exemplo, com 4 mil argentinos, não houve nada. As medidas de segurança precisam ser amplificadas. Brigas entre as torcidas é algo difícil de conter. Mas, se tivermos segurança pública, polícia dentro do estádio, é muito diferente da segurança privada, que é treinada para lidar com torcedor e não com marginal”, disse.
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