Cruzeiro x Palmeiras: juíza repassa ação contra CBF sobre torcida no Mineirão; entenda

Governo de MG e Ministério Público pedem que a entidade desportiva reverta decisão para jogo acontecer de portões fechados
O Tempo Sports Por Gabriel Moraes
Em despacho publicado no fim da manhã desta terça-feira (3/12), a juíza Cláudia Aparecida Coimbra Alves, da 11ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte, afirmou não ser capaz de julgar a ação movida contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no que diz respeito a presença de torcida no jogo entre Cruzeiro e Palmeiras. Caso foi repassado à Vara da Fazenda Pública Estadual.
O processo, protocolado pelo governo de Minas Gerais e pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), visa reverter a decisão da CBF de promover a partida, marcada para esta quarta-feira (4/12), no Mineirão, com portões fechados. O processo corre no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) em caráter de urgência, obedecendo às legalidades.
Para redirecionar o caso, a magistrada citou o artigo 59 da Lei de Organização Judiciária do Estado de Minas Gerais, que dispõe a respeito da "competência do Juízo da Fazenda Pública e Autarquias para processar e julgar as causas em que o Estado, os Municípios, suas Autarquias, as Empresas Públicas, as Sociedades de Economia Mista e as Fundações de Direito Público como autor, réu, assistente ou opoente, respeitada a competência de foro estabelecida na processual."
A ação foi movida nessa segunda-feira (2/12). Nela, governo e MPMG pediram que a Justiça ordene que a CBF volte atrás em sua decisão, que "desrespeitou a recomendação ministerial, além de ter acarretado dano à sociedade mineira, bem como ao próprio equilíbrio da referida partida de futebol, na medida que impediu a operação de modo a cobrir e arcar com os custos envolvidas do toda a logística de um jogo pelo Campeonato Brasileiro".
Entenda
Na madrugada do dia 27 de outubro, dois ônibus com integrantes da Máfia Azul, que retornavam de Curitiba, sofreram uma emboscada na rodovia Fernão Dias, na altura de Mairiporã, interior de São Paulo. Membros da Mancha Alvi Verde atiraram diversos artefatos nos veículos, e um deles foi incendiado.
Obrigados a saírem, cruzeirenses foram espancados. Ao todo, 17 pessoas ficaram feridas e um homem de 30 anos, natural de Sete Lagoas-MG, morreu. Facções são conhecidas pela rivalidade e por atos de violência.
Devido a isso, o governo do Estado mineiro e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) recomendaram que o jogo entre Cruzeiro e Palmeiras, marcado para esta quarta-feira (4/12), às 21h30 (de Brasília), fosse com torcida única. Autoridades temem o reencontro de integrantes das facções.
O Palmeiras afirmou que não considerava a medida isonômica, visto que prejudicaria o time paulista, que briga pelo título do Campeonato Brasileiro. Porco afirmou que, caso MG não tivesse poder de fornecer segurança, que o evento ocorresse em outro Estado.
Clubes e CBF
Tanto o Cruzeiro quanto o Palmeiras são contra a decisão de portões fechados. A agremiação mineira não concorda em ser punida mesmo sendo vítima da situação; enquanto a paulista critica o fato de as autoridades não garantirem a segurança das pessoas.
A entidade máxima do futebol brasileiro foi procurada para se manifestar sobre o assunto, o que ainda não ocorreu.
O jogo
Cruzeiro x Palmeiras está marcado para esta quarta-feira (4/12), às 21h30 (de Brasília), no estádio Mineirão, em Belo Horizonte. O duelo é válido pela penúltima rodada do Brasileirão Série A.
Ainda não há venda de ingressos, mas, conforme o Estatuto do Torcedor, isso não é mais possível. Artigo 20: "É direito do torcedor partícipe que os ingressos para as partidas integrantes de competições profissionais sejam colocados à venda até setenta e duas horas antes do início da partida correspondente."
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