Rússia tem dia de luto nacional após ataque em Moscou; número de mortos sobe para 137

Rússia tem dia de luto nacional após ataque em Moscou; número de mortos sobe para 137
Sala de concertos em chamas, após o ataque a tiros em Krasnogorsk, nos arredores de Moscou, nesta sexta-feira (22). OLGA MALTSEVA/AFP
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O número de vítimas pode aumentar à medida que as equipes de resgate continuam vasculhando os escombros do prédio

Fonte  /Portal Itatiaia

O massacre em uma casa de shows em Moscou, que deixou 137 mortos, segundo a contagem mais recente, faz a Rússia viver, neste domingo (24), um dia de luto nacional. O ataque é o mais mortal na Europa reivindicado pelo Estado Islâmico.

“O país inteiro está de luto”, disse o canal de televisão pública russo Rossia 24, ao iniciar a sua programação.

O Rossia 24 transmitiu imagens de um imenso painel digital instalado em uma parede da sala de espetáculos atacada onde se vê uma vela sobre fundo preto com a legenda “Crocus City Hall. 22/03/2024. Estamos de luto...”.

Os museus e teatros de Moscou anunciaram que permaneceriam fechados durante o fim de semana e os restaurantes da capital prometeram doar parte dos lucros de domingo às famílias das vítimas.

“As pessoas não sorriem mais, não há mais alegria”, disse à AFP Valentina Karenina, originária da Sibéria, mas de passagem por Moscou.

“A minha filha me ligou para pedir que eu não saia” por medo de um novo ataque, disse a mulher de 73 anos, que foi acender uma vela em uma igreja perto da famosa Praça Vermelha, hoje fechada ao público.

Relembre o ataque

ataque aconteceu na sexta-feira, antes de um concerto do grupo de rock russo Piknik, em uma sala de concertos do Crocus City Hall, em Krasnogorsk, um subúrbio a noroeste de Moscou. Pelo menos 40 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas.

O FSB disse que os suspeitos tinham “contatos” na Ucrânia, para onde planejavam fugir após o ataque, o mais mortal desde meados dos anos 2000 e que foi condenado pela comunidade internacional.

As autoridades russas não apresentaram qualquer prova deste suposto vínculo nem forneceram detalhes sobre a sua natureza.

O assessor presidencial ucraniano Mikhailo Podoliak desmentiu a acusação da Rússia e escreveu na rede social X que “as versões dos serviços especiais russos sobre a Ucrânia são absolutamente insustentáveis e absurdas”.

Rússia acusa a Ucrânia

A Rússia não deu novas informações sobre o andamento da investigação e continua sem mencionar a reivindicação do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) pelo ataque, no qual pelo menos 137 pessoas morreram e 152 ficaram feridas.

O número de vítimas pode aumentar à medida que as equipes de resgate continuam vasculhando os escombros do prédio.

Os Estados Unidos revelaram no sábado que alertaram a Rússia, no início de março, sobre um possível ataque “terrorista” em um local de Moscou com “grandes concentrações” de pessoas.

Segundo o grupo de investigação sobre terrorismo SITE, o EI divulgou nas suas redes sociais um vídeo aparentemente feito pelos agressores em que estes aparecem entrando na casa de shows e disparam contra as pessoas.

Nas ruas de Moscou, há quem não acredite muito no envolvimento da Ucrânia, país atacado pelo Exército russo em fevereiro de 2022.

“Acredito que por trás deste ato terrorista estão os islamistas extremistas do EI. A Ucrânia também comete atos terroristas, mas isto está mais de acordo com o que os islamitas fazem”, afirmou Vomik Aliev, um estudante de medicina de 22 anos.

Ruslana Baranovskaia, uma jurista de 35 anos, observou que “os Estados Unidos e o Reino Unido alertaram os seus cidadãos” sobre o risco de um atentado, então “por que os nossos serviços especiais não sabiam de nada?”.

No entanto, para Valeri Chernov, de 52 anos, o envolvimento da Ucrânia e do Ocidente no ataque é totalmente credível.

“Quem está por trás disso? Os inimigos da Rússia e de Putin que procuram desestabilizar o poder. É realmente possível que a Ucrânia e o Ocidente” tenham usado o EI, afirmou.

Outra questão pendente é a nacionalidade dos autores do ataque.

Segundo a imprensa russa e o deputado Alexander Jinstein, alguns dos suspeitos são do Tadjiquistão, uma ex-república soviética na Ásia Central, na fronteira com o Afeganistão.

O presidente tadjique, Emomali Rahmon, disse a Putin neste domingo que os autores do ataque “não têm nacionalidade, pátria ou religião”