PF conclui inquérito de Bruno Pereira e Dom Phillips e aponta que vingança motivou o crime
Dois anos e meio após o crime, Rubén Dario da Silva, o ‘Colômbia’, foi indiciado como mandante das mortes do indigenista brasileiro e do jornalista britânico
O Tempo Por Hédio Ferreira Júnior
BRASÍLIA - A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito que apurou as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. Os dois foram assassinados a tiros em junho de 2022, nas proximidades da terra indígena Vale do Javari, no norte do Amazonas.
Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como "Colômbia", foi indiciado como mandante do duplo homicídio que, de acordo com os investigadores, teria sido motivado por vingança. Ele está preso desde dezembro de 2022. O inquérito foi concluído e remetido ao Ministério Público Federal na última sexta-feira (1º).
As investigações confirmaram que Bruno e Dom Phillips foram mortos em razão das atividades fiscalizatórias promovidas pelo indigenista na região. Ele atuava em defesa da garantia dos direitos indígenas e da preservação ambiental.
Dom era correspondente do jornal britânico The Guardian. Veio para o Brasil em 2007 e viajava constantemente para a Amazônia, relatando os impactos das mudanças climáticas sobre a floresta e sobre os povos indígenas. Ele e Bruno se conheceram em 2018, durante uma reportagem e em junho de 2022 faziam uma expedição de 17 dias pela Terra Indígena Vale do Javari, onde há indígenas isolados.
Nove pessoas foram indiciadas pelas mortes de Bruno e Dom
Nesses dois anos e meio de apuração, a PF indiciou nove investigados, mas só no relatório final é que “Colômbia” foi identificado como o mandante. Além de fornecer cartuchos para a execução dos disparos, ele teria financiado as atividades da organização criminosa na região e interveio na ocultação dos cadáveres.
Os outros oito indiciados teriam agido na execução das mortes e na ocultação dos corpos das vítimas, enterrados a cerca de 3 km do local do crime.
O inquérito policial traz, ainda, a atuação do crime organizado na região de Atalaia do Norte (AM). Ligada à pesca e caça predatórias, a ação de criminosos geram impactos socioambientais e ameaçam os servidores dos órgãos de proteção ambiental, além das populações indígenas.
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