Mineiro Gabriel Araújo será porta-bandeira do Brasil na abertura das Paralímpiada
Cerimônia de abertura das Paralímpiadas de Paris, será nesta quarta-feira 28 de agosto, com início às 15h (horário de Brasília)
O Tempo Sports Por Bárbara Ribeiro
O mineiro Gabriel Araújo, da natação, e a paulista Beth Gomes, do atletismo, foram escolhidos pelo Comitê Paralímpico do Brasil (CPB) como porta-bandeiras da delegação nacional na cerimônia de abertura das Paralímpiadas de Paris, nesta quarta-feira 28 de agosto, com início às 15h (horário de Brasília). Tanto a paulista Beth como também o mineiro Gabriel conquistaram medalhas de ouro na edição de Tóquio 2020 do megaevento paradesportivo. O evento será realizado de maneira inédita fora de um estádio, com o desfile dos atletas que partirá da parte inferior da Champs-Elysées se estendendo pelo coração da capital francesa até a icônica Place de la Concorde.
Gabriel Araújo, de 22 anos, é um nome de destaque na natação paralímpica. Natural de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, Gabriel já coleciona conquistas impressionantes em sua carreira. Na edição de Tóquio 2020 das Paralimpíadas, ele conquistou duas medalhas de ouro, nos 200m livre e nos 50m costas, além de uma prata nos 100m costas, competindo pela classe S2, destinada a atletas com comprometimentos físicos-motores. Desde então, o nadador não parou de brilhar, repetindo os feitos em dois Mundiais consecutivos, na Ilha da Madeira, em Portugal, em 2022, e em Manchester, na Inglaterra, em 2023, onde novamente subiu ao lugar mais alto do pódio.
“Este será um momento único. Em Tóquio, eu não pude ir para a abertura por conta da pandemia de Covid-19. Agora, estou aqui em Paris para viver todos os momentos possíveis. Fico feliz de representar o Brasil na competição e a todos os atletas na abertura. É um privilégio que me deixa muito feliz. Fiquei muito emocionado ao receber a notícia. É uma honra para poucos”, disse Gabriel, que nasceu com focomelia, uma condição congênita que impede a formação dos braços e pernas.
Gabriel descobriu a natação ainda jovem, por meio de um professor de Educação Física da escola onde estudava, e desde então sua trajetória tem sido marcada por superação e vitórias. O atleta também expressou admiração por Beth Gomes, a atleta com quem dividirá a missão de representar os atletas brasileiros na cerimônia. “É uma honra estar ao lado de uma mulher tão experiente e de tanta competitividade, que está sempre buscando atingir seus objetivos em todas as competições. É muito bom participar deste momento com uma referência do esporte”, afirmou o nadador.
O atleta, no entanto, não terá muito tempo para celebrar a cerimônia de abertura, pois já no dia seguinte estará em ação. Ele estreia na competição às 10h13 (horário de Paris), 15h13 no Brasil, na eliminatória dos 100m costas, prova em que foi medalhista de prata em Tóquio 2020. Além dessa, Gabriel competirá em mais quatro provas: os 50m costas, em 31 de agosto; os 150m medley, em 1º de setembro; os 200m livre, no dia 2 de setembro; e os 50m livre, no dia 6 de setembro.
Ao lado de Gabriel, Beth Gomes, de 59 anos, de Santos, no litoral paulista, também representará o Brasil na abertura das Paralimpíadas. A atleta, especialista em arremesso e lançamento na classe F53, é uma veterana das competições paralímpicas. Em Tóquio 2020, Beth conquistou a medalha de ouro no lançamento de disco da classe F52. Desde então, continuou a quebrar barreiras, vencendo novamente no Mundial de atletismo de Kobe, no Japão, em maio de 2024, já competindo na classe F53. Além das vitórias, Beth quebrou várias vezes o recorde mundial da prova, sendo a mais recente em junho de 2024, com um lançamento de 18,45m, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
“É uma sensação muito boa, uma realização. Todos nós atletas paralímpicos sonhamos com este dia. Receber a notícia de que eu seria a atleta que iria conduzir o pavilhão do nosso Brasil foi muito emocionante, as lágrimas caíram. Vou honrar a nossa bandeira com a maior maestria e representar todos os atletas paralímpicos que estão em Paris e também aqueles que sonham um dia estar aqui, porque sonhos são para ser realizados. Estou aqui por vocês e por todos”, afirmou Beth, que teve sua carreira esportiva transformada após ser diagnosticada com esclerose múltipla em 1993, quando ainda era jogadora de vôlei.
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