Menino de JF é selecionado para treinar no Flamengo
Com nome de craque argentino, juiz-forano já teve os primeiros trabalhos no Ninho do Urubu
Fonte: Tribuna de Minas Por Vinicius Soares
A paixão pelo futebol é algo que acompanha a infância de milhões de brasileiros, como é o caso de Arthur Rickelme, de apenas 6 anos. A criança, moradora do Bairro Eldorado, Zona Nordeste de Juiz de Fora, começou a dar os seus primeiros chutes na bola logo quando aprendeu a andar e, atualmente, realiza treinos no centro de treinamentos do Flamengo, o Ninho do Urubu, no Rio de Janeiro.
Daniel Euclides, pai de Arthur, conta que a paixão e a identificação do filho com o futebol foram imediatas. “Ele é uma criança muito elétrica. Um dia, quando estávamos em casa, ele começou a chutar a bola em todos os móveis. A partir disso, quando ele estava com cerca de 3 anos, levei ele para a escolinha (do Flamengo)”, relata.
Assim que começou a treinar, Arthur já se destacava em relação às outras crianças, e isso era notado por quem acompanhava os treinamentos. “O pessoal elogia muito ele por ser uma criança muito diferente. Ele é muito dedicado e muito habilidoso para a idade que tem”, afirma Daniel.
Graças ao bom desempenho de Arthur na escolinha, surgiu a oportunidade para ele passar a treinar, uma vez na semana, no CT do Flamengo, o Ninho do Urubu, no Rio de Janeiro. De acordo com o pai do menino, o jovem jogador passou por um teste na capital carioca e foi selecionado pelos observadores do rubro-negro.
Arthur já foi ao Ninho duas vezes, a primeira, no dia 4 de dezembro, e a segunda, no dia 7 do mesmo mês. “Conversei com o técnico do Arthur no Ninho do Urubu para chegarmos a um acordo, já que somos de Juiz de Fora, e eles gostaram muito do Arthur. Como tem mais um menino da cidade, ele fez o mesmo combinado de ir (ao Rio) treinar uma vez na semana, e depois ir encorpando. Como eles são muito novinhos, a princípio é só um dia (de treino na semana), justamente para não atrapalhar os estudos”, conta Daniel.
Mesmo indo ao Ninho do Urubu uma vez por semana, Arthur não deixa de treinar quando está em Juiz de Fora. O garoto segue frequentando as atividades da escolinha do Flamengo, até nos dias de viagem para o Rio de Janeiro, conforme explica Daniel. “Ele treina a semana toda, até quando viaja. Durante a semana, ele treina na segunda de manhã, vai para a escola, e treina depois da escola também. Terça-feira de manhã, quarta-feira de manhã e de noite, quinta-feira de manhã e sexta-feira de noite, e sábado, às vezes, tem jogos”, detalha o pai.
Apesar do enorme potencial que Arthur demonstra, Daniel deixa claro que, neste momento, a prioridade são os estudos. “Eu falei com ele, a prioridade na vida é o estudo, o futebol fica em segundo lugar, mas é a maior paixão dele. Ele é uma criança que sai do treino e quer jogar bola. A vida dele é futebol”, define.
Daniel enxerga em Arthur, mesmo ainda muito novo, uma ótima possibilidade de futuro dentro do futebol. “Eu acredito muito no potencial dele porque ele vive de futebol, só fala de futebol. Ele é uma criança surreal. Tem dia que eu tenho que falar com ele pra descansar um pouco, porque todo jogador descansa, e ele também precisa. O Arthur treina muito, e, se não estiver treinando, está em casa jogando bola, até por isso eu o coloquei na escolinha. É um menino super inteligente, vai muito bem na escola, aprende muito rápido”, elogia.
Inspiração em craque argentino
Daniel, assim como Arthur, tem no futebol uma de suas paixões, e um de seus ídolos é Juan Román Riquelme, meio-campista que marcou uma geração de brasileiros enquanto jogava pelo Boca Juniors e pela seleção argentina. A admiração é tamanha que Daniel tinha como desejo batizar o seu filho com o nome do craque. “Riquelme é justamente porque eu gostava muito do futebol do Riquelme. Eu queria Roman Riquelme, mas a mãe dele não gostou e colocou o Arthur”, explica.
Daniel, então, colocou o nome de Arthur Rickelme em seu filho. Anos depois, Euclides conta que, por acaso, descobriu que o nome de seu outro ídolo, Zico, também é Arthur. “Depois de muito tempo que eu fui descobrir que o Zico também se chamava Arthur, quando vi a estátua dele na Gávea. Descobri que coloquei no meu filho o nome dos meus ídolos: Zico e Riquelme”.
*Estagiário sob supervisão do editor Gabriel Silva
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