Marketplace da Shein chega a MG com 1 mil vendedores cadastrados e meta de expansão

Marketplace da Shein chega a MG com 1 mil vendedores cadastrados e meta de expansão
A Shein está presente em mais de 150 países Foto: Renato Alves / O TEMPO Brasília
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp

Gigante chinesa anunciou ainda que pretende triplicar inscritos mineiros na plataforma e bater a marca de 30 mil pedidos registrados por dia até o fim de julho deste ano

Por Nubya Oliveira

 

O marketplace da Shein chegou neste mês a Minas Gerais. Nesta terça-feira (21/5), a gigante asiática anunciou que o seu canal de compra e vendas de produtos locais já conta com 1 mil revendedores cadastrados no Estado. Neste momento, lojistas de dez cidades - Belo Horizonte, Uberlândia, Uberaba, Nova Serrana. Juiz de Fora, Divinópolis, Contagem, Betim, Montes Claros e Ipatinga - já podem se inscrever para comercializar seus artigos. A meta da empresa é, até julho deste ano, chegar a três mil vendedores catalogados na plataforma e 30 mil pedidos registrados por dia. As informações foram dadas durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (21/5), em BH. 

Sem detalhar valores investidos ou quanto de receita esse movimento deve gerar, a varejista global de moda - que entrou no mercado brasileiro há cerca de dois anos - planeja que as vendas por meio do marketplace, que hoje representam 55% do total, alcancem a marca dos 85% até o final de 2026. Para isso, a Shein irá expandir a plataforma, que além de Minas, também já opera em São Paulo e no Rio de Janeiro, para outros três estados: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A expectativa é que isso ocorra até o fim deste ano. 

Vale ressaltar que, no Brasil, a marca chinesa atua em três linhas de frente de negócios: importação da China, marketplace e produção local, com 45 milhões de consumidores no total. O fato de o país ser um dos maiores produtores de moda do mundo foi um dos argumentos utilizados pelo porta-voz e diretor de marketplace da Shein no Brasil Raul Jacob, para explicar a escolha do país como o primeiro a utilizar a plataforma de vendas locais. Estados Unidos e México já estão em fase de testes e devem receber o canal em breve. No total, a companhia opera em mais de 150 países, com três centros de produção: China, Brasil e Turquia. No Brasil, não há fábricas próprias da marca. Mas, o país conta com um centro de distribuição (CD) em Guarulhos (SP) - o maior da América Latina. 

Minas no cenário da Shein 

De acordo com Raul, Minas é um dos cinco estados com maior volume de vendas e consumo no Brasil. “Olhando para o cenário de marketplace, a gente enxerga Minas como uma gigante oportunidade, principalmente para categorias de produção de artesanato, bordado e calçados. É uma produção muito forte, que pode agregar muito para a plataforma, e consequentemente para os clientes finais do Brasil. Hoje a gente já tem o canal funcionando em 10 cidades, mas o plano é que até o final de julho, a gente consiga fechar em 59 municípios com logística ativa, alcançando boa parte dos CNPJs do Estado.” 

Fábrica e loja física

O diretor também afirmou que a Shein está em conversa com uma fábrica em Minas para produção de artigos de vestuário da marca. Sem dar mais detalhes, ele afirmou apenas que “conversas já estão acontecendo neste sentido.” Segundo a companhia, a ideia é primeiramente estabilizar a produção brasileira até o final de 2026, para só depois pensar em eventual exportação. A respeito de uma nova loja física temporária, as chamadas pop-up, a empresa diz que não há previsão de abertura em BH, como a que ocorreu em julho do ano passado. Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador (BA) também receberam essas lojas. 

Denúncias contra condições de trabalho 

Outro assunto discutido durante a coletiva foi sobre as condições de trabalho dos fornecedores da Shein. Um relatório de investigação do grupo suíço Public Eye, iniciado ainda em 2021 e divulgado pela BBC Brasil na última semana, apontou que vários funcionários em Guangzhou, na China, têm cargas de trabalho excessivas, chegando a 75 horas por semana. A respeito disso, a varejista diz que “reforça a fiscalização nas fábricas terceirizadas, e que inclusive, no ano passado foram investidos cerca de R$ 400 milhões para a realização de quase quatro mil auditorias para investigar condições de trabalho, das instalações, salário, dentre outros.” 

Taxação para compras internacionais 

Questionados sobre a possibilidade de volta da taxação para compras de até US$ 50 em sites estrangeiros, a Shein reafirmou que, “apesar de não existir nenhuma definição de cenário, defende uma discussão justa, que preserve a isenção do imposto, a fim de que o seu maior público - que é das classes C e D - não seja prejudicado.” Ainda acrescentou que mesmo sem a resolução desse impasse, seguirá com o plano de expansão da companhia no Brasil. 

Como os vendedores podem aderir ao marketplace 

As atividades do marketplace da Shein começaram em 2022 e foram lançadas oficialmente em abril de 2023 em São Paulo. Atualmente, a plataforma já conta com 15 mil vendedores - incluindo do Rio de Janeiro e de Minas. Para se cadastrar o vendedor deve acessar o site br.shein.com e clicar na aba ‘Shein para vendedores locais”. É solicitado algumas informações ao interessado, inclusive a comprovação de CNPJ ativo, de faturamento, dentre outras. A empresa diz que o vendedor ainda poderá fazer um teste de 30 dias, sem a cobrança da comissão de 16%. E caso queira, o lojista poderá sair da plataforma a qualquer momento, sem custo algum, uma vez que não haverá contrato de serviço. 

Dentre os benefícios para o vendedor, a Shein cita: acesso ao mercado ampliado, às ferramentas de marketing, infraestrutura em todas etapas de logística, crescimento e geração de empregos, dentre outros. Caso o lojista não siga os parâmetros estabelecidos pela gigante chinesa, como prazo de entrega ou venda exclusiva de produtos originais, ele poderá ser punido com infrações que vão de multa a exclusão da loja. Sobre a diferenciação de artigos verdadeiros de falsos, a companhia diz ainda que conta com um sistema de inteligência artificial que ajuda nessa checagem, que pode passar também por verificação humana.