Kat Torres fala sobre vida na prisão e acusações de tráfico humano: "É um inferno na terra"
A modelo brasileira deu entrevista presencial pela 1ª vez e também afirmou que não se arrepende de nada
O TEMPO
A modelo Katiuscia Torres Soares, conhecida como Kat Torres, condenada pelo desaparecimento de jovens brasileiras nos Estados Unidos em 2022, quebrou o silêncio e falou pela 1ª vez sobre a vida na prisão e as acusações de tráfico humano, exploração sexual e de manter mulheres em condições análogas à escravidão.
Em entrevista à um documentário da BBC Brasil, que ouve testemunhas, vítimas e conta toda a história que tomou conta do noticiário brasileiro há quase 2 anos , Kat Torres negou as acusações e foi assertiva ao dizer: "Eu não me arrependo de nada do que eu fiz".
A modelo brasileira - que já foi apontada como affair de Brad Pitt, chegou a estampar capas de revistas internacionais e mantinha contato com a alta sociedade de Hollywood- hoje vive uma vida completamente diferente, no Presídio Feminino de Bangu, no Rio de Janeiro.
Condenada a oito anos de prisão por explorar a jovem Desirrê Freitas, Kate também é investigada por outros casos similares. Na prisão, a mulher confessou que a vida é mais difícil do que ela imaginava:
"Cadeia, é um inferno, se eu for descrever é um inferno na terra. Não achei que a cadeia seria tão difícil, eu achei que ia ser mais fácil de passar essa fase. Mas um ano e meio é muita coisa pra quem não cometeu nada", disse em entrevista pela 1ª vez.
Durante todo o trecho da reportagem exibida pela BBC, Kate nega as acusações e se afirma inocente:
"As pessoas decidiram acreditar em mim porque eu era modelo, porque eu era muito bonita, porque elas viram que eu era associada à pessoas que eram atores de Hollywood... As minhas clientes achavam que eu era Jesus mesmo, eu falava para elas que eu não era", disse.
Segundo a investigação e documentos apresentados no documentário, Kate atraia jovens por se definir como uma Guru, ou bruxa, que tinha o poder de mudar a vida daquelas jovens. A história dela, de uma mulher que saiu da periferia e conquistou a América, também parecida irresistível para mulheres que sonhavam alto:
"Eu me defino como uma presidiária, que é o que eu sou. Mas sim, com certeza, eu me definiria como uma guru de verdade", disse.
Em outros momentos da entrevista, Torres também mostrou indiferença ao falar das vítimas. Veja trechos:
"Eu não precisava escravizar ninguém. Eu trabalhava, meu marido limpava a casa e eu tinha vários robôs".
"Elas foram pra lá pra se prostituir, se prostituíam e falam que eu que fiz isso?"
"Fala pra elas irem pro psicólogo, pro psiquiatra, pra elas pararem de ficar traumatizadas", disse Kate quando foi avisada que as vítimas que a acusam dizem não ter superado o trauma vivido.
No final do documentário, Kate também falou sobre talento e fama:
"Tem pessoas que nascem sem nenhum talento e tem pessoas que nascem com todos os talentos. Eu sou a pessoa que nasceu com todos os talentos e tenho todos os caminhos para eu ir... Eu não queria fama, mas eu fui avisada que onde eu for, a fama vai atrás, que não tem jeito", finalizou em tom de deboche.
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