Hemofilia: saiba mais sobre o diagnóstico, tratamento e prevenção da doença

Hemofilia: saiba mais sobre o diagnóstico, tratamento e prevenção da doença
Teste sanguíneo Testes sanguíneos simples são realizados para diagnosticar a doença Freepik
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp

A prevenção só é possível através de aconselhamento genético antes da concepção

Itatiaia    Por  

 

Hoje (17) é o Dia Internacional da Hemofilia. De acordo com último estudo divulgado pela Federação Internacional de Hemofilia, o Brasil tem cerca de treze mil pessoas com a doença.

Segundo Murilo Chermont Azevedo, médico hematologista do Grupo Fleury, a hemofilia é um distúrbio hemorrágico hereditário causado pela deficiência de um dos dois fatores de coagulação do sangue: o fator VIII ou o fator IX.

Sintomas

O hematologista destaca que, um dos principais sintomas da doença é a facilidade para sangramentos, em sua maioria sangramentos mais profundos, como nas articulações ou nos músculos, mas pode haver hemorragia em qualquer local. “Um médico pode suspeitar de hemofilia em uma criança, sobretudo se for do sexo masculino, quando esta sangra sem causa aparente ou mais do que seria esperado após uma lesão”, explica.

Diagnóstico

Murilo Chermont Azevedo detalha que, um exame de sangue simples, chamado de TTPA, que é parte do coagulograma, é capaz de sugerir que o diagnóstico pode ser de hemofilia. “Se este exame estiver alterado e houver suspeita clínica, principalmente quando existem casos na família, são necessários outros exames de sangue para determinar a atividade dos fatores VIII e IX da coagulação. Se um destes vier muito baixo, então a hemofilia é confirmada e classificada quanto ao tipo e gravidade”, afirma.

Tratamento

De acordo com o médico, o tratamento consiste em repor um destes fatorares da coagulação, VIII ou IX, que o paciente nasceu com pouca capacidade de produzir. A reposição do fator deficiente é comumente realizada após cada episódio hemorrágico de maior intensidade, mas também muitas vezes feita em caráter preventivo, com periodicidade definida pela equipe médica de acordo com cada caso.

Mais recentemente, tratamentos genéticos têm sido estudados, ainda em caráter inicial e não disponíveis na prática clínica. A reposição do fator deficiente e o acompanhamento especializado são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em geral, através do hemocentro público de cada estado.

Prevenção

A prevenção só é possível através de aconselhamento genético antes da concepção. Para isso, é preciso saber se o casal possui a alteração genética que leva à hemofilia, ou seja, se são portadores do gene ligado ao cromossomo X que leva à hemofilia.

No caso de mulheres, elas podem portar o gene sem qualquer manifestação hemorrágica. Esses testes genéticos são indicados quando existem casos na família.

“Para prevenir eventuais hemorragias, além de evitar a exposição a atividades de maior risco e receber o fator VIII ou IX sempre que indicado pela equipe médica, deve haver muita cautela com o uso de medicações contendo ácido acetilsalicílico (AAS - aspirina) e anti-inflamatórios não hormonais, já que estes prejudicam a agregação plaquetária e podem aumentar ainda mais a chance e severidade dos sangramentos. Manter uma boa higiene dentária também é altamente recomendável para minimizar a necessidade de procedimentos odontológicos mais invasivos”, conclui Murilo Chermont Azevedo, médico hematologista do Grupo Fleury .