Governo de MG tem pressa na aprovação de agência fiscalizadora de pedágios

Governo de MG tem pressa na aprovação de agência fiscalizadora de pedágios
Praça de pedágio da EPR na BR-459, no Sul de Minas, entre Congonhal e Senador José Bento
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Oposição diz que criação da autarquia, com 47 cargos e salário de até 20 mil, fere o teto do RRF, instituído Zema por meio de decreto

Alessandra Mello Estado de Minas

O governo do estado tem pressa em criar a Agência Reguladora de Transporte do Estado de Minas Gerais (Artemig), prevista no PL 2967/24, de autoria do governador Romeu Zema (Novo), enviado para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) no dia 30 de outubro. A proposição, que cria 47 cargos na Artemig, o mais alto com vencimento de R$ 20 mil mensais, aguarda análise das comissões antes de ser votada em plenário. 

De acordo com o secretário de estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias, Pedro Bruno Barros de Souza, atualmente o governo tem dez contratos de concessões de rodovias, além de outros sete em andamento. “São contratos complexos e de longo prazo. Então, dar esse passo agora seria importante”, afirmou o secretário, justificando a pressa na aprovação do PL. 

Os pedágios cobrados nesses contratos têm sido alvo de críticas por parte dos deputados da base e da oposição devido ao preço das tarifas cobradas, consideradas elevadas e prejudiciais para a população e a economia, com valores que chegam a R$ 13 por praça de cobrança. 

A agência, segundo o texto enviado ao Legislativo, terá como objetivo regular e fiscalizar os contratos de infraestrutura rodoviária, aeroportuária, hidroviária e ferroviária de competência do Estado e que sejam prestados pela iniciativa privada.

No entanto, a tramitação da proposta pode sofrer resistência da oposição. Nesta quinta-feira (7/11), durante audiência pública para discutir o PL, o deputado estadual Professor Cleiton (PV), do bloco de oposição, criticou o projeto e defendeu que o papel regulador dos contratos de concessão de rodovias seja feito pelo Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), órgão do estado.

Além disso, o deputado alega que o governo não pode criar novas despesas para o estado em função do teto de gastos do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), instituído pelo governador por meio de decreto.  

“O governador criou o teto de gastos. Estamos no Regime de Recuperação Fiscal. Não podemos criar agência nenhuma. Não sei como o governo vai resolver essa situação”, questionou o parlamentar. 

O secretário, no entanto, disse que a Artemig não vai gerar gastos para o governo, pois os cargos serão preenchidos por servidores do DER-MG. Segundo ele, a cessão dos servidores do departamento para a agência está prevista no PL.