Entregadores organizam boicote contra rede de fast food em Juiz de Fora
Categoria relata desrespeito por parte da empresa na cidade; rede de fast food afirma que atua ativamente para que episódios relatados não se repitam
Por Pedro Moysés e Bernardo Marchiori Tribuna de Minas
A partir das 14h desta sexta-feira (9), até o domingo (11), entregadores organizam um boicote contra a rede de fast food Burger King em Juiz de Fora. De acordo com a categoria, que envolve ciclistas e motociclistas, há denúncias de episódios de desrespeito por parte da empresa. Segundo os relatos, os trabalhadores estariam sendo obrigados a esperar pelos pedidos por um longo período de tempo, além de problemas na comunicação também serem recorrentes.
Nicolas Souza, representante da Associação dos Motoboys, Motogirls e Entregadores de Juiz de Fora (Ammejuf), explica que a situação está crítica especialmente nas unidades do Centro (próximo à Avenida Barão do Rio Branco) e do Independência Shopping. “Muitas vezes, os pedidos têm seu status alterado para “Pronto” sem estarem realmente finalizados. Isso causa enormes prejuízos para eles, tanto financeiros quanto de reputação no sistema de entrega. Perdem tempo e dinheiro esperando por pedidos que não estão prontos – e não é culpa do entregador. O sistema está prejudicando quem trabalha de forma honesta”, repudia.
Ainda conforme a entidade, a medida está sendo tomada depois de tentativas frustradas de diálogo com a gestão do Burger King. “Nossas esperas são pagas a preço de banana. R$ 0,15 por minuto? Isso é um absurdo.”
Peterson Ribeiro, que representa os entregadores de bicicleta, destaca que trabalha desta forma desde 2019 e sempre teve essa dificuldade em relação ao Burger King. “Estamos sofrendo com esse problema em relação ao descaso com a gente e à falta de educação dos funcionários no geral – e isso vem desde a gerência. Desde que começamos a divulgar o boicote, já recebi diversas mensagens de outros entregadores, que relatam ter passado por situações semelhantes”, conta.
Ele esclarece ainda que o erro nas unidades já começa quando o entregador aceita e o pedido só começa a ser preparado quando passa o código de coleta no estabelecimento. “Nos outros locais, o restaurante começa a preparar enquanto ele ainda está na tela, que seria o normal a ser feito. Quando você chega no Burger King, eles demoram dez minutos para aparecer na janela dedicada ao delivery, a gente chama e eles fingem que não escutam. A partir disso, nessa espera, são 40, 50 minutos, até mais de uma hora aguardando.”
De acordo com Peterson, todas as melhorias obtidas foram conquistadas pela própria categoria. Dentre elas, uma plataforma com vantagens de dentista, remédio de diversos programas e de estudos. “Tudo foi através da nossa luta. Sem isso, nada teria acontecido para nós”, acredita.
Rede de fast food se posiciona
Em nota, o Burger King salientou que não compactua com nenhum tipo de desrespeito. “O ocorrido já está em apuração e a empresa está atuando ativamente para que práticas como as relatadas não se repitam, tanto em lojas próprias como em nossos franqueados.”
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