Empresário e garçom denunciam transfobia cometida por clientes de bar em Uberlândia

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Caso teria acontecido na madrugada de sábado (30), quando um casal se incomodou com o banheiro em que o garçom entrou no fim do expediente.

Por g1 Triângulo — Uberlândia

Um empresário e um garçom denunciaram à Polícia Militar (PM) um caso de transfobia cometido por um casal de clientes do Officina Music Bar, em Uberlândia. Eles teriam agredido fisicamente o garçom, que é um homem transsexual, e outros funcionários após se incomodarem com o banheiro que ele utilizou.

As agressões teriam acontecido na madrugada deste sábado (30), próximo ao horário de fechamento do estabelecimento. O bar publicou uma nota sobre o caso (leia mais abaixo na íntegra). Procurados pelo g1, o casal não quis se manifestar.

De acordo com o boletim registrado na PM, o homem trans relatou que entrou no banheiro feminino, imaginando que estava vazio devido à baixa movimentação no bar, e se deparou com uma mulher dentro.

Ao tentar fechar a porta, o marido da mulher começou uma agressão física e verbal, falando insultos transfóbicos ao garçom.

Ainda segundo o relato, os colaboradores do estabelecimento conseguiram conter a situação, impedindo que as agressões se intensificassem. A mulher também agrediu o garçom e outros funcionários.

Ao perceber que a PM foi chamada devido à confusão, o casal teria deixado o local.

O crime

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, em agosto de 2023, que atos de homofobia e transfobia contra indivíduos fossem enquadrados como crime de injúria racial.

Se comprovada transfobia, o casal não terá direito a fiança, nem limite de tempo para responder judicialmente.

A pena pode ir de um a três anos de prisão, além de multa, e pode chegar a até cinco anos de reclusão se houver divulgação ampla do ato.

Nota do estabelecimento

Em nota nas redes sociais, o estabelecimento informou que pretende tomar medidas judiciais contra o casal envolvido.

"Na noite desta sexta-feira (29), tivemos uma infelicidade em receber em nossa casa um coletivo de pessoas transfóbicas como clientes.

Um de nossos funcionários, que está conosco a longa data, um homem trans, de caráter excepcional e conduta exemplar, adentrou ao banheiro, já em quase final de expediente, para fazer suas necessidades, 00h40, sendo que encerramos à 01h.

Uma mulher, que se intitula profissional de enfermagem, se sente incomodada com o fato e começa a gritar o marido.

Ambos aguardam na saída do banheiro, esperando que nosso colaborador saísse, e nesse momento, o marido o coloca contra a parede e começa a agredi-lo com tapas e murros. Momentos depois a mulher parte novamente pra cima do nosso colaborar com tapas.

Nossa equipe, de imediato, todos, se mobilizaram para conter os agressores, que muito exaltados, começam a xingar demais membros da equipe.

Como é o correto a se fazer, começamos a chamar a polícia para registrar o crime de transfobia em flagrante, conforme previsto em Lei. Mas o casal, relutante e muito exaltado, resolve por agredir um dos proprietários e funcionários da casa, que simplesmente tentavam impedir que os mesmos saíssem antes da polícia chegar.

Sim, o relato é triste e chocante. Foi uma agressão gratuita, registrada pelas câmeras de segurança. Além de toda a agressão física, os discursos e xingamentos eram carregados de discriminação e transfobia.

Toda a solidariedade ao nosso colaborador. Essa postagem tem o intuito de informar, esclarecer e infelizmente relatar um caso de transfobia. Ela foi feita em conjunto por ele e para ele, e para tantas outras pessoas que são vítimas de ações criminosas.

Somos uma casa que celebra a alegria e o respeito ao próximo. Não nos calaremos nem seremos intimidados, justiça será feita e medidas cabíveis já estão sendo tomadas".