Contaminação microbiológica: entenda motivo que fez Anvisa suspender lotes do detergente Ypê
Empresa afirma que contaminação não gera risco à saúde humana, mas pode alterar cheiro do produto
Por Mariana Floriano Tribuna de Minas
Alguns lotes do detergente Ypê foram suspensos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por apresentarem “potencial risco de contaminação microbiológica”. A publicação foi feita na terça-feira (8) no Diário Oficial da União.
Conforme nota da Química Amparo, proprietária da Ypê, o processo de recolhimento já vem sendo feito há cerca de um mês, e os lotes suspensos não apresentam riscos para a saúde do consumidor. A nota diz que, “após uma rigorosa análise interna, foi identificada, em alguns lotes específicos, a possibilidade de descaracterização em seu odor tradicional, sem risco à saúde ou segurança do consumidor, porém, em alguns casos perceptível ao olfato”. A empresa ainda afirmou que o consumidor que tiver itens dos lotes em questão deve entrar em contato com o SAC para substituição.
Conforme Paula, a contaminação microbiológica acontece quando algum microrganismo indesejado, seja bactéria, vírus, fungos ou até parasitas, estão presentes no ambiente ou no produto. “Nesses produtos eles podem se multiplicar e causar danos à saúde humana e qualidade do produto, seja ele alimentício, farmacêutico, cosmético ou saneantes, como é o caso do detergente.”
O risco à saúde vai depender do microorganismo responsável pela contaminação. A professora explica que, no caso de microrganismos patogênicos, como bactérias, vírus ou fungos parasitas, a contaminação pode levar a infecções leves ou até doenças mais graves. “Mas também existem os microrganismos que não são patogênicos para os seres humanos e que só vão afetar a qualidade do produto.”
Nem a Anvisa nem a Ypê divulgaram informações detalhadas sobre qual seria o organismo que teria contaminado os lotes do detergente que estão sendo recolhidos. Sendo assim, não é possível dizer se ele apresenta de fato um risco aos consumidores, no entanto, a empresa garantiu que o produto é seguro e que está recolhendo os lotes para manter a qualidade do serviço ofertado. “Não temos como saber sem fazer o teste microbiológico para identificar qual microrganismo causou essa contaminação. Pelo que foi escrito há um “risco de contaminação”, ou seja, nem todos os produtos vão ficar comprometidos, mas pode ser que isso aconteça em alguns deles.”
Essa contaminação, conforme aponta Paula, pode ser resultado do uso de uma água inapropriada para a produção ou uma quantidade insuficiente de conservantes na formulação do detergente. “Assim como nos alimentos industrializados, faz parte da composição dos saneantes, inclusive o detergente, conservantes que vão manter o produto viável até uma determinada data de validade.”
Devo jogar o detergente fora?
Se por acaso você identificou em suas compras exemplares dos lotes que estão sendo recolhidos pela empresa, a indicação da especialista é descartar o produto. Não por ele apresentar necessariamente um risco à saúde, mas pela qualidade e eficiência que podem estar comprometidas.
“Existe um potencial risco de contaminação microbiológica e, caso isso aconteça, o produto não estará apto para consumo. Fora isso, os microrganismos produzem odores próprios que podem alterar as características do saneante. Mesmo sabendo que nem todo microorganismo é patogênico para o ser humano, o consumidor não deseja ter um produto com odor diferente do que ele comprou. Então minha recomendação seria entrar em contato com a empresa e realizar a troca, para assim não ficar no prejuízo.”
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