Choro é considerado Patrimônio Cultural do Brasil
Decisão foi aprovada nesta quinta pelo Iphan
Por Cecília Itaborahy Tribuna de Minas
O Choro, a partir de agora, é Patrimônio Cultural do Brasil. A decisão foi aprovada nesta quinta-feira (29), em reunião ordinária, com os membros do Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que aprovaram o registro da manifestação cultural no Livro das Formas de Expressão.
Este pedido de nomear o Choro como Patrimônio Cultural do Brasil foi apresentado por uma série de grupos e instrumentistas brasileiros, sendo eles o Clube do Choro de Brasília, o Instituto Casa do Choro do Rio de Janeiro, o Clube do Choro de Santos, que fizeram um abaixo-assinado de anuência e demandas diretas em superintendências do Iphan e contribuíram para o registro.
Em nota do Iphan, o presidente do instituto Leandro Graas ressaltou a importância do Choro e sua presença pelo Brasil. “Passa a ser objeto da Política do Patrimônio Cultural brasileiro. Nosso compromisso agora é torná-lo ainda mais conhecido e amado, para que possa também ser um instrumento de Educação Patrimonial”, disse.
O parecer técnico que analisou o pedido destacou que o Choro é um prática “complexa e diversa, presente em todas as regiões do Brasil e disseminada em outros países”. Ele ainda ressaltou os caminhos percorridos até a instauração da manifestação cultural e sua popularização, bem como a essência, que é resultado de transformações e criações realizadas pelas classes populares urbanas, no final do século XIX que, aos poucos, foram incorporando instrumentos diversos.
Além disso, aborda sobre o surgimento do nome, que, de acordo com o registro, teria surgido da maneira “chorosa de se tocar as músicas estrangeiras no final do século XIX e seus apreciadores chamavam a manifestação cultural de ‘música de fazer chorar'”.
Ainda de acordo com nota do Iphan, é por reconhecer que o Choro é uma “música de confraternização e que pode ser tocado tanto com virtuosidade quanto de forma mais simples e amadora”, que deve ser caracterizado como um Patrimônio Cultural do Brasil. “Pois a política de Patrimônio Imaterial reconhece que essa forma de expressão mantém vínculos de identidade e memória coletivas que vão desde os músicos iniciantes e amadores, aos admiradores e grandes instrumentistas.”
Políticas para salvaguardar o Choro
Com o reconhecimento da manifestação como patrimônio, o corpo técnico do Iphan, junto com os detentores do bem cultural, passam a desenvolver políticas públicas com o intuito de salvaguardar o Choro, “a partir de programar e cursos em escolas públicas, criações de editais para aquisição de instrumentos e promoção das rodas de choro em locais públicos, fortalecendo o desenvolvimento de formas de transmissão”, afirma a nota.
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