Caso Nardoni: mãe de Isabella descreve indignação com liberdade de Anna Carolina Jatobá

Caso Nardoni: mãe de Isabella descreve indignação com liberdade de Anna Carolina Jatobá
Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella Nardoni, foi ao Encontro, da TV Globo Reprodução/ Globoplay
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Ana Carolina Oliveira contou que a condenada por assassinar Isabella Nardoni vive uma vida igual a dela; Anna Carolina Jatobá saiu da prisão em junho de 2023

Itatiaia    Por 

 

‘Ela tem a vida igual a minha’. Foi assim que Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella Nardoni, definiu o que sente em relação à saída de Anna Carolina Jatobá da prisão. Jatobá foi condenada por matar Isabella há 16 anos, em março de 2008, junto de Alexandre Nardoni, pai da menina.

Carol esteve no programa Encontro, da TV Globo, nesta terça-feira (12) e conversou com Patrícia Poeta sobre o crime. Hoje em dia, a mãe de Isabella tem dois filhos: Miguel, de sete anos, e Maria Fernanda, de três.

Ela contou que se sente indignada em relação aos benefícios que Anna Carolina tem após ter matado a menina junto do pai dela, Alexandre Nardoni. Anna Carolina Jatobá cumpre pena em regime aberto desde junho.

‘Desde que ela saiu, ela tem uma vida igual a minha. A parte da Justiça foi feita mas o que me indigna são esses benefícios de poder ter a oportunidade de uma saidinha. [...] Ser preso é se privar. Você poder viver bem a vida, dormir na sua casa, sua cama, não é uma privação’, disse.

Relembre o crime

Policiais foram acionados no dia 29 de março de 2008 após o síndico de um edifício alegar que um assaltante entrou em um apartamento e atirou uma criança do sexto andar. A menina era Isabella Nardoni, que à época tinha 5 anos e estava na casa do pai e da madrasta.

A pequena estava em um apartamento do Edifício London, na Zona Norte de São Paulo, onde Alexandre Nardoni (seu pai) e Anna Carolina Jatobá (sua madrasta) viviam com outros dois filhos. Isabella ficava entre a casa do pai e da madrasta e a da mãe, Ana Carolina Cunha.

Quando a polícia chegou ao local encontrou Isabella no gramado e o pai dela, Alexandre, aparentemente preocupado. Ela foi socorrida, mas morreu a caminho do hospital.

No apartamento, Alexandre e Anna Carolina confirmaram a versão de que um assaltante entrou no imóvel e atentou contra Isabella. O casal foi levado para a delegacia, onde foi interrogado por pelo menos 24 horas. Durante depoimento, eles voltaram a falar do suposto roubo.

Contradições

No decorrer das investigações, a polícia elencou diversas informações desencontradas. O casal foi desmentido por vizinhos e também por registros telefônicos. Em 2008, o promotor Francisco Cembranelli relatou em coletiva que Alexandre e Anna Carolina brigavam frequentemente.

Os policiais não encontraram sinais de arrombamento no apartamento - que poderia justificar a tentativa de roubo - e não havia sinais de luta corporal. Além disso, gotas de sangue de Isabella foram identificadas na entrada da sala e no carro da família. A autópsia também constatou que a pequena foi morta por asfixia antes de ser arremessada pela janela e tinha um ferimento na testa que respingou na sala e no carro.

Reconstituição

O crime foi reconstituído a partir de depoimentos e pistas obtidas pela polícia. Na ocasião, a polícia calculou que entre o desligamento do motor do carro e a queda de Isabella se passaram 12 minutos. A versão de Alexandre e Anna Carolina apontava 19 minutos.

Ainda conforme a polícia, o ferimento na testa de Isabella foi provocado por Anna Carolina dentro do carro. Quando o casal chegou ao apartamento, com os dois filhos dormindo, Alexandre jogou Isabella no chão, que tentou se proteger e fraturou o braço.

Depois de alguns minutos encostada no sofá, Anna Carolina pegou a garotinha e a asfixiou. Logo em seguida, Alexandre cortou a tela de proteção com um tesoura e arremessou a filha desacordada pela janela.

Prisão

Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foram detidos preventivamente em 3 de abril de 2008. No dia 18, o casal foi indiciado pelo homicídio da pequena. Em maio daquele ano, o juiz acatou a denúncia do Ministério Público e eles foram presos preventivamente novamente.

Ambos - que nunca se declararam culpados - foram condenados por homicídio triplamente qualificado e fraude processual. Enquanto Alexandre pegou pena de 31 anos, Anna recebeu 26.

Alexandre começou a cumprir regime semiaberto em 2019. Em junho de 2023, Anna Carolina conseguiu progressão para o regime aberto.