Biomédica indiciada por morte de mulher em MG é presa pela terceira vez e passa mal
Lorena Marcondes de Faria, de Divinópolis, voltou a ser detida 10 dias após deixar cadeia; mandado de prisão atende pedido do Ministério Público
Itatiaia Por Célio Ribeiro
A biomédica Lorena Marcondes, profissional de Divinópolis (MG) indiciada pela Polícia Civil por homicídio doloso qualificado por conta da morte da paciente Íris Martins, de 46 anos, voltou a ser presa nesta quinta-feira (9), cerca de 10 dias após ser beneficiada com um alvará de soltura. A profissional foi detida em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, e chegou a passar mal durante a abordagem policial (relembre o caso no fim da matéria).
Lorena havia recebido um alvará de soltura no dia 30 de abril e deixou o Presídio de Floramar dois dias depois. Porém, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) entrou com uma liminar contestando a decisão e defendendo que a biomédica voltasse para a cadeia. O pedido do MPMG foi aceito pela desembargadora Paula Cunha e Silva, da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG), que argumentou a acusada teve um habeas corpus negado dias antes de receber o alvará de soltura.
A magistrada também argumentou que Lorena não seguiu medidas cautelares, tentando intimidar testemunhas e causar confusão no processo. ‘Ao que parece, portanto, a ré reiteradamente demonstrou sua disposição em descumprir decisões judiciais e prejudicar o andamento da ação penal de origem’, disse a magistrada na decisão.
Biomédica passa mal ao ser presa
O mandado foi cumprido na manhã desta quinta (9) em Nova Lima, por agentes da Polícia Civil. Segundo o órgão, Lorena alegou estar passando mal durante a abordagem e, por isso, os policiais acionaram o Serviço Móvel de Urgência (SAMU), que levou a biomédica até uma unidade de saúde da região, onde ela foi atendida e segue internada sob escolta policial.
A Itatiaia entrou em contato com a defesa de Lorena e aguarda retorno. O espaço segue aberto.
Relembre o caso
Irís Dorotéia do Nascimento Martins, de 46 anos, morreu no dia 8 de maio durante um procedimento estético em uma clínica de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. A responsável pela operação foi a biomédica Lorena Marcondes de Faria. Íris teria pago R$ 12 mil para realizar a lipoescultura. A vítima sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e precisou ser levada para o Hospital São João de Deus, onde morreu horas depois.
Segundo a Polícia Civil, essa cirurgia só pode ser feita com a presença de um médico e de um anestesiologista. A clínica não possuía equipamentos básicos, como monitor cardíaco, e o laser que seria usado no procedimento não tinha chegado no local no momento em que a cirurgia começou.
A profissional e a enfermeira que a auxiliava nas cirurgias foram presas preventivamente após o caso, mas foram beneficiadas com um habeas corpus e progrediram para a prisão domiciliar. Mesmo em prisão domiciliar, a biomédica continuava oferecendo lipoaspiração em suas redes sociais, mesma cirurgia que causou a morte de Íris Martins. Cerca de 15 dias após a reportagem da Itatiaia, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) suspendeu a licença da biomédica. Lorena também é citada em três processos na Justiça por erro médico. Um deles envolve um modelo que teria ficado com a boca deformada após passar um procedimento estético com a mesma profissional em Divinópolis (MG).
Lorena voltou a ser presa no fim de março de 2024 em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. Dois dias depois, a Polícia Civil confirmou o indiciamento da profissional por homicídio doloso qualificado pelo motivo torpe e pela traição com dolo eventual. Ela segue detida no Presídio de Floramar. No dia 30 de abril, ela foi beneficiada com um novo alvará de soltura e deixou o Presídio de Floramar, em Divinópolis.
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