Sobe para 4 o número de casos do superfungo Candida auris em BH
Outros 24 casos estão em investigação e são acompanhados pelas autoridades
O Tempo Por Raíssa Oliveira
Subiu para quatro o número de pacientes infectados pelo superfungo Candida auris em Belo Horizonte. Segundo informou a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), nesta quarta-feira (16 de outubro), dois pacientes já receberam alta e outros dois seguem internados no hospital João XXIII, na região Leste da capital.
Conforme boletim da pasta, 24 casos estão em investigação e são acompanhados pelas autoridades. As notificações em apuração são de pessoas que tiveram contato com os pacientes infectados. A investigação é feita pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) da Fundação Ezequiel Dias (Funed), com acompanhamento da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA).
Até o momento, 39 pacientes já foram testados para o fungo, sendo que dois testaram negativo, mas permanecem internados e outros nove tiveram a infecção descartada e já receberam alta.
Em nota, a SES-MG ressalta que o fungo tem alta transmissibilidade e capacidade de colonizar rapidamente a pele do paciente e o ambiente próximo a ele. Assim, é de fundamental importância a prevenção de contato com casos suspeitos, sendo que esses leitos são mantidos isolados.
Seguindo os protocolos de segurança sanitária em ambiente hospitalar, o hospital João XXIII tomou todas as medidas de controle e manejo necessárias para proteção dos demais pacientes e profissionais da unidade, como higienização das mãos, medidas de precaução de contato (uso de luvas e avental) dos casos suspeitos e testes para detecção de novos casos.
A SES-MG garante ainda que monitora os casos suspeitos de infecção pelo fungo Candida auris desde o ano de 2021, logo após o primeiro caso confirmado no país. Desde então, foram descartados 129 casos no estado.
Superfungo
Candida auris (C. auris) é um fungo emergente que representa uma grave ameaça à saúde global e foi identificado pela primeira vez como causador de doenças em humanos em 2009, no Japão. No Brasil, a primeira infecção foi identificada em Salvador, em 2020.
O fungo apresenta resistência aos medicamentos comumente utilizados para tratar infecções por Candida. Estudos apontam que até 90% dos isolados de Candida auris são resistentes ao fluconazol, anfotericina B ou equinocandinas, o que dificulta o tratamento.
Caso o fungo alcance o sangue, ele pode se espalhar para outros órgãos e causar candidíase invasiva, ou seja, uma infecção generalizada. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, a taxa de mortalidade da candidíase invasiva varia de 29% a 53%. A infecção pelo fungo pode ser fatal, principalmente em pacientes imunodeprimidos ou com comorbidades.
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