Secretário do Rio e prefeito de Duque de Caxias são alvos de operação da PF contra compra de votos
Ao todo, foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão na Baixada Fluminense; lavagem de dinheiro também entrou na mira da PF
BRASÍLIA - A Polícia Federal (PF) cumpriu, na manhã desta sexta-feira (13), uma operação para desarticular organização criminosa suspeita de compra de votos e lavagem de dinheiro. Entre os alvos, estão o secretário de Transportes do Rio de Janeiro, Washington Reis, e o atual prefeito de Duque de Caxias, Wilson Reis.
A vereadora de Caxias Fernanda Izabel da Costa (MDB), filha do traficante Fernandinho Beira-Mar, também entrou na mira da PF. Ao todo, foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão na capital fluminense e nas cidades de São João do Meriti, Nova Iguaçu e Duque de Caxias.
As investigações começaram na prisão em flagrante de um homem em outubro, em Duque de Caxias. Na ocasião, ele tinha R$ 1,9 milhão em espécie, o que levantou a suspeita de compra de votos.
Agentes da PF identificaram o homem como integrante de organização criminosa composta por políticos e empresários que atua há alguns anos na Baixada Fluminense, mais especificamente em Duque de Caxias e São João de Meriti.
De acordo com a PF, o grupo movimento milhões de reais "para financiar, ilicitamente, campanhas de candidatos a cargos políticos”. As investigações também encontraram indícios da utilização de empresas contratadas pelo poder público para favorecer agentes políticos em suas campanhas.
O objetivo, no fim, era manter o mesmo grupo político no comando das cidades. A operação desta sexta-feira recebeu o nome de Têmis. Os alvos são investigados pelos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro.
Esquema de fraude em cartões de vacinação aconteceu em Duque de Caxias
Ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis também foi alvo da PF na investigação que apurou fraudes sobre a inserção de dados falsos de vacinação da Covid-19 em sistemas do Ministério da Saúde. Um dos beneficiados teria sido o ex-presidente Jair Bolsonaro (PF), que foi indiciado em março deste ano pelo caso.
A fraude teria contado com a participação de servidores da cidade. Os dados falsos de vacinação de Bolsonaro teriam sido inseridos no SUS pelo então secretário municipal João Carlos Brecha, também indiciado pela PF.
Em julho deste ano, a PF apreendeu cerca de R$ 200 mil em dinheiro vivo, em notas de real e de euro, na residência de Washington Reis. O mandado foi cumprido em uma fase da operação Venire, que apurou o esquema. À PF, ele negou ter tido envolvimento com a fraude.
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