Fuga em Mossoró: Ministério abre processo administrativo contra 10 servidores
Não foram encontrados indícios de corrupção, de acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública
O Tempo Por Gabriela Oliva
O Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou nesta terça-feira (2) os resultados da investigação sobre a fuga ocorrida na Penitenciária Federal de Mossoró. De acordo com a pasta, não foram encontrados indícios de corrupção, porém, a corregedora-geral, Marlene Rosa, identificou falhas nos protocolos de segurança da unidade prisional.
Em resposta a isso, foram iniciados três Processos Administrativos Disciplinares (PADs) que envolvem 10 servidores. Além disso, outros 17 servidores irão assinar Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), nos quais se comprometem a seguir uma série de medidas, incluindo a não repetição das infrações e a participação em cursos de reciclagem.
A corregedora também ordenou a abertura de uma nova Investigação Preliminar Sumária para aprofundar as análises sobre as causas da fuga, especialmente focada nos problemas estruturais da unidade prisional federal. O relatório completo não será divulgado para não prejudicar a nova investigação e os processos corretivos em andamento.
Buscas pelos fugitivos em Mossoró
No dia 14 de fevereiro, às 3h47, Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, ligados ao Comando Vermelho (CV), protagonizaram uma fuga inédita da penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte (RN), sendo desde então alvo de busca.
O incidente expôs falhas na segurança da unidade federal, incluindo câmeras desativadas e iluminação precária. Os fugitivos conseguiram escapar ao danificar a estrutura da luminária e cortar as grades externas com alicates.
A demora na recaptura tem prejudicado a imagem do governo federal, que se torna mais suscetível a críticas, especialmente à medida que se aproxima o período eleitoral municipal.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, evitou divulgar os dados sobre os gastos relacionados à operação de recaptura, afirmando: "São valores que temos que apurar ainda. São valores que fazem parte do orçamento da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, do próprio Ministério da Justiça. São valores que estão no orçamento e são para serem utilizados mesmo nessas ocasiões", declarou em 13 de março.
No entanto, a reportagem de O TEMPO em Brasília mostrou, após obter dados via Lei de Acesso à Informação (LAI), que a força-tarefa enviada para auxiliar na recaptura dos presos gerou um custo de cerca de R$ 1,544 milhão aos cofres públicos.
A quantia investida na força-tarefa é referente até o dia 19 de março. Desde então, 14 dias já se passaram, o que faz com que o valor do desse aparato policial seja ainda maior.
As buscas concentram-se principalmente entre Mossoró e Baraúna, localidades distantes aproximadamente 35 km uma da outra. O período de busca já supera o caso do assassino em série Lázaro Barbosa em junho de 2021, em Goiás, que durou 20 dias.
A Força Nacional também chegou a ser mobilizada para esse caso, mas já foi desmobilizada pelo Ministério da Justiça após um período de prorrogação.
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