Quem era o caminhoneiro de Uberlândia morto a tiros após golpe de falso frete em SP: 'muito sonhador', diz esposa

Quem era o caminhoneiro de Uberlândia morto a tiros após golpe de falso frete em SP: 'muito sonhador', diz esposa
Eziel e Jéssica, esposa com quem mantinha um relacionamento há 14 anos — Foto: Acervo pessoal/Reprodução
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Eziel Silva dos Passos tinha 40 anos e era natural de Itumbiara, mas se mudou para Uberlândia ainda na infância. Ele deixa esposa e três filhos.

Por g1 Triângulo — Uberlândia

O caminhoneiro Eziel Silva dos Passos tinha 40 anos quando foi morto, na última quarta-feira (5), em uma tentativa de assalto após cair em golpe de falso frete em Nova Odessa, no interior de São Paulo.

Natural de Itumbiara (GO), Eziel se mudou para Uberlândia ainda criança e construiu a vida na cidade. Ele foi velado na quinta-feira (6) na Igreja Assembleia de Deus Missão aos Povos Sinai.

Em seguida, ele foi sepultado no Cemitério Parque dos Buritis. Ele deixa esposa e três filhos.

g1 conversou com Jéssica Adriane, esposa de Eziel, a respeito da vida do caminhoneiro em Uberlândia.

Família

 

Segundo Jéssica, Eziel era caminhoneiro há mais de 20 anos. Eles se conheceram por meio da igreja onde o pai dele era pastor.

"Quando eu tinha 19 anos estava passando por um período muito difícil da minha vida. Um dia ele foi em casa entregar uma encomenda para o meu pai e minha mãe tinha falado pra ele, 'a Jéssica tá depressiva, só fica dentro do quarto, não quer saber de nada, estou muito preocupada com ela'. Ele então deixou um cartão com o número de telefone dele.'"

Depois de um tempo, Jéssica ligou e não se desgrudaram mais. Ela conta que não se casaram, mas viveram 14 anos juntos e tiveram três filhos, que hoje têm 12, 6 e 4 anos.

 

"Esses meninos eram tudo para ele, era uma vida dele. Ele sempre falou, vocês quatro são a minha vida. Tudo que eu faço, tudo que eu fizer vai ser por vocês. A gente era tudo pra ele. Ele era tudo pra gente. Tudo."

Sonhos

 

Ainda segundo Jéssica, Eziel era inteligente e tinha o sonho de estudar engenharia, pois gostava muito de colocar a mão nas coisas e de fazê-las funcionarem.

"Ele era muito inteligente na parte mecânica, louco por carros, ele entendia tudo. Um simples barulhinho que fazia, ele já sabia o que estava acontecendo, ele botava a mão e ele mesmo arrumava, raramente ia para mecânica", disse.

Os sonhos, contudo, não paravam nos estudos.

"Ele era muito sonhador, outro sonho era construir a nossa casinha e a gente ter o nosso cantinho, do jeitinho que sonhamos. Eu desenhei a planta da casa e ele foi lá e colocou em um papel, com toda a metragem certinho como é que seria, e carregava dentro da carteira".

Ela relatou, ainda, que Eziel planejava comprar o próprio caminhão e montar a própria frota, tudo para ficar mais perto da família.

 

"Ele não era aquele tipo de pessoa de sentar, esperar as coisas caírem do céu. Ele sempre foi muito de agir. Eu falava muito pra ele: para de agir tanto com a sua força, deixa Deus fazer o lado dele também."