‘O mais próximo do voo de uma ave’: parapente ganha adeptos em JF e impressiona com paisagens

‘O mais próximo do voo de uma ave’: parapente ganha adeptos em JF e impressiona com paisagens
“É viciante. Aqui, não há poluição, barulho de carro, o trânsito do dia a dia”, reflete instrutor Anderson Carvalho (Foto: Felipe Couri)
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Esporte que pode ser praticado em Caeté e no Pico de Cabeça de Formiga é o sexto protagonista da série TM Esporte Clube

Tribuna     Por Davi Sampaio*

 

Voar de parapente é sentir liberdade em cada rajada de vento. O ganho de altura faz com que as montanhas se afastem dos pés, enquanto a adrenalina se mistura com a paz ao observar a natureza. Nos minutos ou horas de voo, o tempo parece passar devagar, e a flutuação no ar vira um momento de contemplação. “É o esporte em que você consegue voar de forma mais fácil e barata”, diz Anderson Carvalho, de 49 anos, instrutor da modalidade em Juiz de Fora desde 2005.

Na cidade, é comum, aos finais de semana, olhar para o céu e ver pessoas praticando o voo. Os parapentistas se encontram aos sábados ou domingos em lugares variados. Pela significativa adesão de praticantes em Juiz de Fora, o esporte é o sexto protagonista do “TM Esporte Clube”, quadro que dá espaço às mais diferentes modalidades que podem ser praticadas na cidade. Até o momento, a série abordou o paraquedismo, a esgrima, o rapel, o foot table e, por último, a canoagem.

250 atletas de parapente em JF

terreno caete by couri

Bairro Caeté é um dos locais em que esportistas praticam o parapente (Foto: Felipe Couri)

O instrutor de parapente Anderson Carvalho faz saltos há 19 anos. Ele sempre gostou de esportes radicais, mas conta que, na época em que começou, eram poucas as modalidades disponíveis. “Procurei o surf e não tinha, o skate não era tão bom. Já o voo livre estava engatinhando, tinham 15 atletas. Achei interessante o esporte por não precisar de avião, só chegar na montanha, inflar o equipamento e sair voando. Fiz um curso completo, aprendi toda a meteorologia e aerodinâmica, conheci o relevo e aprendi a voar”, conta ele, que se profissionalizou em 2019 com estudos nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.

Mesmo acreditando que o cenário da modalidade possa ser potencializado em Juiz de Fora, Anderson enxerga evolução na modalidade e no interesse dos cidadãos. “Já formei 140 pilotos, e hoje, devem ter 250 no município, alguns até competidores”, diz. Ainda na sua visão, o parapente poderia ser mais praticado se as pessoas soubessem a tamanha preocupação com a segurança.

“É feita uma homologação do equipamento a cada dois anos. Realiza-se uma revisão completa no velame (parte principal), na cadeira de voo e no paraquedas de emergência, que é dobrado e checado a cada dois meses”, explica. 

Sobre os lugares que podem ser praticados, dois são mais utilizados pelos parapentistas: em um terreno no Bairro Caeté, com 160 metros, em que a reportagem esteve e executou o salto, e no Pico de Cabeça de Formiga, perto do Bairro Valadares, com 365 metros. Podem praticar o esporte crianças a partir dos 12 anos acompanhadas dos pais ou qualquer pessoa acima dos 18. Para fazer o curso em busca de se tornar profissional, é necessário ter, no mínimo, 16 anos.

‘Viciante’

De acordo com Anderson, que também é instrutor de paraquedas, o parapente é a modalidade que mais se assemelha ao voo de aves. “Nos outros esportes, existem motores e equipamentos especiais para voar ou então você não consegue ficar por muito tempo. No parapente, você infla o velame com o vento e consegue fazer um voo de horas usando a aerodinâmica”. Além disso, o risco de acidentes é baixo, garante o profissional. “Temos todos os equipamentos de segurança possíveis e analisamos a meteorologia. Com a internet, todo mundo consegue ver o dia bom para voar e não ter problemas”.

parapente by couri

“Durante o voo, ficamos em êxtase total”, garante Anderson (Foto: Felipe Couri)

Além da sensação de liberdade, o esporte traz aos praticantes um momento de desconexão com a cidade. “Temos um mecanismo no cérebro que nos avisa que tem algo errado quando saímos do chão. Como não nascemos com asa, no início parece que tem algo errado e ganhamos muita adrenalina. Durante o voo, ficamos em êxtase total. Quando chega no solo, vem a endorfina, que te deixa aliviado de ansiedade, stress e problemas. É viciante. Aqui, não há poluição, barulho de carro, o trânsito do dia a dia. Curte totalmente a natureza, aprecia a floresta, os animais, o relevo. É a melhor sensação que tem”, define.

Aos interessados em ter a experiência, Anderson disponibiliza o contato (32) 99934-7474. O salto tem o preço fixo de R$ 300 por pessoa e é realizado aos finais de semana. “Tem que experimentar, não pode se arrepender do que não faz. É uma emoção e história para contar para o resto da vida, para os bisnetos”, aconselha o instrutor.

 

*Sob supervisão do editor Gabriel Silva