Microexplosão atmosférica pode intensificar chuva no Sul; saiba o que é

Microexplosão atmosférica pode intensificar chuva no Sul; saiba o que é
chuva-rs Chuva em São Sebastião do Cai, no Rio Grande do Sul Anselmo Cunha / AFP
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Chuvas no Sul já causaram 31 mortes no RS e uma morte em SC até as 10h desta sexta-feira (1º); microexplosão atmosférica pode piorar a situação

 

Os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina podem registrar episódios de microexplosão atmosférica nos próximos dias, alertou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O fenômeno pode intensificar as chuvas na região Sul do Brasil.

Mas, afinal, o que é microexplosão atmosférica?

A microexplosão atmosférica ocorre quando uma corrente de vento descendente violenta se separa de uma nuvem de tempestade e se desloca com força em direção ao solo. Durante o fenômeno, uma descarga de ar frio e denso atinge o solo e se espalha, provocando ventos extremamente fortes que podem atingir velocidades muito altas.

O fenômeno é o oposto do tornado, quando os ventos em direção ao solo convergem, formando um redemoinho. Mas o poder destrutivo é semelhante. Uma microexplosão foi registrada no último sábado em Santa Cruz do Sul (RS).

O Rio Grande do Sul sofre os efeitos de fortes temporais que já deixaram, até as 9h desta sexta (1), 31 mortos e 74 desaparecidos. A microexplosão pode ocorrer de forma concomitante com as fortes chuvas nas demais regiões, que tem causado inundações mobilizado resgates.

O fenômeno da microexplosão pode ocorrer o ano inteiro, mas é mais comum no verão, quando os dias são mais quentes e a umidade é alta, o que favorece a formação de nuvens de tempestade. Essas nuvens podem ter até 20 quilômetros de altura e são capazes de gerar vento destrutivo, segundo o National Weather Service, dos EUA.

“Um downburst (microexplosão) é uma forte e relativamente pequena área de ar descendente, sob uma tempestade, que pode resultar em uma descarga de vento forte sobre o solo. Pode também surgir sob o efeito do resfriamento muito rápido do ar com a evaporação da chuva em uma atmosfera originalmente seca. O ar mais frio e denso desce rapidamente para o solo”, descreve o serviço americano.

Numa microexplosão atmosférica, a velocidade dos ventos pode ser muito alta, acima dos 200 km/h, derrubando árvores e provocando danos estruturais a construções. É um grande risco para a decolagem e pouso de aviões. O fenômeno provoca estrondos altos, que as pessoas costumam comparar com o som de um trem de carga.

Segundo a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera, dos EUA em uma microexplosão os ventos se estendem horizontalmente por uma área inferior a quatro quilômetros. Macroexplosões ocorrem quando os ventos se espalham por uma área com mais de quatro quilômetros.

Chuvas no Sul

O temporal na região Sul do Brasil já deixou pelo menos 31 mortos no Rio Grande do Sul e um morto em Santa Catarina. Segundo a Defesa Civil do RS, as vítimas são de Gramado (4), Canela (2), Candelária (1), Caxias do Sul (1), Boa Vista do Sul (2), Paverama (2), Salvador do Sul (2), Serafina Corrêa (2), Santa Cruz do Sul (2), Santa Maria (2), Taquara (2), Bento Gonçalves (1), Pantano Grande (1), Putinga (1), Itaara (1), Encantado (1), Segredo (1), São João do Polêsine (1), Silveira Martins (1) e Vera Cruz (1). Já em SC, a vítima é de Ipira.

Segundo o boletim das 9h da Defesa Civil do RS, há 74 desaparecidos, 56 feridos, 17.087 desalojados e 7.165 pessoas em abrigos nos 235 municípios atingidos. No total, 351.639 pessoas foram afetadas. Ainda não há o balanço das chuvas em SC.

A previsão é de que os temporais continuem até domingo (5).

*Com informações de Estadão Conteúdo