Homem que matou PM durante ‘saidinha’ posta vídeo ouvindo pagode e fumando dentro da cadeia em MG
Welbert Souza Fagundes, de 25 anos, é apontado como o autor do assassinato do sargento Roger Dias, em janeiro deste ano; Sejusp informou que fará uma “revista minuciosa na cela do custodiado”
Renato Rios Neto, Fernanda Rodrigues Portal Itatiaia
O homem acusado de matar o sargento da Polícia Militar, Roger Dias, em janeiro deste ano, publicou um vídeo nas redes sociais de dentro do presídio Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Na tarde desta segunda-feira (13), Welbert Souza Fagundes, de 25 anos, postou um vídeo de si mesmo ouvindo um pagode romântico e fumando um cigarro.
As imagens foram enviadas à Itatiaia por fontes da reportagem. Há menos de 15 dias, o detento deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Nova Contagem duas vezes em menos de 24 horas.
Na noite do dia 30 de abril, Welbert foi encontrado ferido dentro da cela. Ele afirma que se machucou propositalmente para protestar contra os maus-tratos que estaria recebendo na unidade prisional. No dia seguinte, 1° de maio, ele botou fogo no colchão da cela da enfermaria do presídio e foi novamente levado para ser atendido na UPA.
Logo depois dos episódios, a defesa de Welbert pediu para que a sanidade mental do réu seja analisada por uma perícia do Tribunal da Justiça, alegando que ele estaria ouvindo vozes. Ainda não há data marcada para essa perícia acontecer.
Questionada sobre a presença de um celular dentro da cela de Welbert , a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que fará uma revista minuciosa no local.
“Ressaltamos que o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) realiza diariamente várias ações de revista em celas para coibir a entrada ou permanência de materiais ilícitos ou não permitidos no interior das unidades prisionais sob sua administração. Para isso, além da expertise de seus policiais penais e ações preventivas da Inteligência, conta também com equipamentos como os escâneres corporais e detectores de metal em revistas a visitantes. As correspondências e itens que chegam destinados a custodiados são alvos igualmente de minuciosa inspeção”, acrescentou em nota à Itatiaia.
Relembre o caso
A ‘saidinha’, como é conhecida a saída temporária, ganhou relevância especial depois de um sargento da polícia militar ser baleado no dia 5 de janeiro. O suspeito do crime é um homem que estava em saída temporária da cadeia. Welbert de Souza Fagundes é apontado como o responsável por disparar várias vezes à queima roupa contra a cabeça do sargento da Polícia Militar, Roger Dias da Cunha, no bairro Novo Aarão Reis, Região Norte de Belo Horizonte.
O Sargento Dias passou por duas cirurgias assim que foi socorrido ao Hospital João XXIII - uma para conter a pressão intracraniana e outra para conter o sangramento na perna, pois a bala atingiu uma artéria. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu na noite do dia 7 de janeiro.
Suspeito estava foragido da ‘saidinha’
Welbert tem 18 boletins de ocorrência registrados contra ele, por crimes como roubo, ameaça e tráfico de drogas. O Ministério Público foi contra a saída dele do sistema prisional, mas o benefício foi concedido pela juíza da Vara de Execuções Penais de Ribeirão das Neves, Bárbara Isadora Santos Sebe Nardy.
A juíza justificou sua decisão com base no atestado de conduta carcerária e disse que Welbert não havia cometido nenhuma falta grave, embora o Ministério Público tivesse apontado o episódio do furto de veículo. O MPMG recorreu da decisão junto ao Tribunal de Justiça e não recebeu nenhum retorno.
No dia 11 de janeiro, poucos dias após a morte do sargento Dias, Welbert se tornou réu por um furto qualificado cometido em julho de 2023. Poucas semanas depois, a Justiça aceitou a denúncia e Welbert se tornou réu por homicídio triplamente qualificado contra o sargento Dias. Ele segue detido desde a época do crime.
*Com informações de Célio Ribeiro
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