Febre amarela: governo de Minas faz alerta para baixa procura pela vacina contra a doença
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem febre amarela grave podem morrer
Itatiaia Por Jacqueline Moura
A baixa adesão de vacinação contra a febre amarela entre as crianças menores de um ano de idade preocupa as autoridades de saúde do estado. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, 71% do público-alvo da vacinação, o equivalente a mais de 33 mil crianças, não foram imunizadas. O dado acende um alerta já que a meta de vacinação estabelecida pelo Ministério da Saúde é de 95% do público-alvo.
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda e pode evoluir para casos mais graves. É uma arbovirose, ou seja, transmitida pelo mosquito de aedes aegypti. A melhor forma de prevenção é a vacina. “A febre amarela é uma doença imunoprevenível, ou seja, pode ser evitada com a vacinação. A vacina está disponível em todas as unidades de saúde do estado e deve ser tomada, pois é eficaz e segura”, destaca o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi.
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem febre amarela grave podem morrer. Por isso, é importante ficar atento aos sintomas da doença. “Os pacientes que apresentam sintomas de febre, em especial associados à icterícia, devem procurar atendimento médico imediato para avaliação e confirmação ou não do diagnóstico da febre amarela. Se é uma forma muito leve, o tratamento pode ser feito somente com medicações, mas se o paciente tem uma forma mais moderada ou grave da doença, uma alteração da função dos rins ou uma alteração hepática mais significativa, precisa ser internado e muitas vezes tem que ser tratado em ambiente de terapia intensiva”, explica o infectologista do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Minas Gerais, Ricardo Luiz Fontes Moreira.
De acordo com recomendação do Plano Nacional de Imunização (PNI), devem se vacinar contra a febre amarela crianças entre nove meses de vida e menores de cinco anos de idade. Sendo a primeira dose aos nove meses de vida e uma dose de reforço aos quatro anos de idade. Já as pessoas a partir de cinco anos de idade que receberam apenas uma dose da vacina antes de completarem cinco anos, devem receber uma dose de reforço. As pessoas de cinco a 59 anos de idade não vacinadas devem receber uma dose única.
“No caso da febre amarela, a transmissão não acontece entre seres humanos, como o sarampo ou a gripe, doenças em que a vacina é capaz de garantir uma proteção coletiva. Para a arbovirose, a proteção é individual e por isso, o ideal é atingir uma cobertura de cem por cento da população. É uma doença potencialmente grave, mas também prevenível, então é muito importante lembrar que a vacina da febre amarela está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e dá proteção de mais de 90% a quem toma”, destaca Ricardo Luiz Fontes Moreira, médico infectologista do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Minas Gerais.
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