Assassinato de grávida é o primeiro homicídio da história de cidade em SP
Débora Albuquerque da Costa, de 40 anos, foi morta a facadas; marido foi preso suspeito de feminicídio
Itatiaia Por Fernanda Rodrigues
O assassinato da diarista Débora Albuquerque da Costa, de 40 anos, chocou a população de Marapoama, cidade de apenas 3.292 habitantes, no interior de São Paulo, a cerca de 420 km da capital. Segundo informações da Delegacia de Polícia Civil da cidade, este é o primeiro assassinato de Marapoama desde 1991, quando a região foi emancipada e se transformou em município.
A mulher, que estava grávida, foi encontrada morta na manhã da última quinta-feira (14), na casa onde morava com o marido, no bairro Jardim Paraíso. O esposo dela, Paulo Eduardo Vieira dos Santos, de 42 anos, é o suspeito de ser o autor do crime. Ele foi preso em flagrante e deve responder por feminicídio.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que a Polícia Militar foi acionada para atender a uma ocorrência no Pronto Socorro do Hospital Padre Albino, onde o Paulo havia dado entrada com ferimentos de faca. Em seguida, os policiais encontraram o corpo da esposa dele, com sinais de violência, na casa do casal.
Ainda segundo a Polícia Civil, o autor alega que os dois discutiram e que Débora o teria esfaqueado. Ele diz que matou a diarista para “se defender”. O caso foi registrado como feminicídio. Foram solicitados exames junto ao Instituto Médico Legal (IML) e ao Instituto de Criminalística (IC), e o suspeito segue à disposição da Justiça.
“Pessoal ficou assustado. Dá medo, né?”
Este é o primeiro homicídio da história de Marapoama. Não à toa, o crime assustou os moradores da pequena cidade e virou o comentário da cidade. “O pessoal ficou assustado, é uma cidade muito pequena, que todo mundo se conhece”, diz o trabalhador de um supermercado, que não quis se identificar.
De acordo com a Polícia Civil, o casal era da capital paulista. Paulo estaria há cerca de seis meses na cidade, mas Débora só havia chegado há três semanas. O morador ouvido pela Itatiaia conta que os pais do suspeito chegaram em Marapoama há três meses. “Eles (o casal) não eram daqui, mas os pais dele (o autor) vieram antes”, afirma.
Segundo o morador, o casal frequentava o estabelecimento e ele chegou a conversar com o suspeito algumas vezes. “A moça era bem calada, ela só conversava com o marido. Ele era bem conversador, mas na dele. Ele não dava sinal nenhum do que iria fazer”, conta.
A notícia do assassinato chocou a cidade, que agora teme que novos crimes aconteçam. “Ficamos assustados, principalmente pela forma que foi. Acho que [a cidade ter registrado o primeiro homicídio] afeta por causa do feminicídio. Hoje as pessoas estão muito descontroladas, qualquer um pode cometer um crime. Para falar a verdade, dá medo, né?”, finaliza o morador.
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