Trio suspeito de torturar e matar jovem por disputa entre gangues é preso em BH

Desentendimento entre traficantes do bairro Granja Werneck, na região Norte, pode ter motivado execução; autores divulgaram vídeos com a vítima sendo morta

Itatiaia     Por  Célio Ribeiro, Amanda Antunes

Três homens suspeitos de torturar e executar um jovem de 19 anos, encontrado morto na Estrada do Sanatório, na região Norte de Belo Horizonte, foram presos pela Polícia Civil. Entre os detidos, está um homem apontado como mandante do crime e líder da gangue ‘Geração Bandida’ (ou GB). Os detalhes foram revelados nesta quarta-feira (24).

A disputa entre traficantes do bairro Granja Werneck, na região Norte da capital mineira, pode ter motivado a execução, registrada no fim de março de 2024. A vítima, encontrada morta com 11 tiros na cabeça e com sinais de tortura, faria parte da ‘Gangue da Rua 38’, que estaria em confronto justamente com a gangue ‘Geração Bandida’. Segundo a investigação, a vítima saiu de casa às 20h30 para buscar cachorros que havia comprado com um vizinho e não voltou para casa.

Os familiares descobriram que o jovem havia sido morto após encontrarem vídeos nas redes sociais que mostravam o cadáver da vítima. Três dias depois, um irmão do adolescente, de 17 anos, recebeu vídeos e áudios com ameaças a ele e a familiares. As gravações mostravam o irmão momentos antes de ser executado, de joelhos e pedindo desculpas. Nas ameaças, os criminosos disseram que o irmão seria morto de forma tão violenta que teria que ser enterrado de caixão fechado.

A família decidiu procurar à Polícia Civil para denunciar o caso, que foi investigado. Foram decretadas três prisões preventivas, mas dois dos três alvos já estavam detidos desde o dia 9 de abril por terem sido flagrados com armamento pesado. O terceiro envolvido, de 19 anos, foi detido em casa.

‘Nós sabemos que o tráfico de drogas, principalmente em relação aos jovens, é um movimento às vezes atraente, mas que é o fim da linha. Não temos outra resposta se não a morte. A gente tem visto aí vários jovens se perdendo por causa das drogas e morrendo por causa disso, então não vale a pena. A polícia está à frente para demonstrar que esso que esse não é o caminho’, declarou a delegada Ariádne Coelho.