Prefeitura de Juiz de Fora tem transparência de 75%

Prefeitura de Juiz de Fora tem transparência de 75%
Avaliação diz respeito à transparência ativa da PJF, ou seja, dados disponibilizados de forma espontânea, independentemente de solicitação (Foto: Leonardo Costa)
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp

Levantamento de Tribunais de Contas coloca Executivo com selo Prata, pior do que as maiores cidades de Minas

Tribuna     Por Hugo Netto

 

Radar da Transparência Pública, da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), mostra que, em 2024, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) obteve um índice de transparência de 75,85% na administração pública, subindo 0,59% em relação a 2023. A avaliação diz respeito à transparência ativa, ou seja, dados disponibilizados de forma espontânea, independentemente de solicitação.

O índice coloca o portal do Executivo municipal com o selo Prata da Associação, que tem, ainda, o Ouro e o Diamante acima. Para efeitos de comparação, as prefeituras de todas as cidades mineiras com população maior do que Juiz de Fora têm nível Ouro ou Diamante: a transparência de Belo Horizonte é de 92,86% (Ouro), a de Contagem é de 85,59% (Ouro) e a de Uberlândia, 95,9% (Diamante).

Expandindo para as dez maiores cidades de Minas, a transparência do Executivo juiz-forano só não é pior do que a de Montes Claros, Ribeirão das Neves e Divinópolis. Betim tem 83,2%, Uberaba 88,77% e Governador Valadares, 77,66%.

 

PJF descumpre totalmente 24% dos critérios

O índice é medido utilizando 88 critérios – entre essenciais, obrigatórios e recomendados –, cada um sendo contabilizado em cinco aspectos para o cálculo da média: disponibilidade (peso de 30%), atualidade (30%), série histórica (20%), gravação de relatórios (10%) e filtro de pesquisa (10%).

De acordo com o Radar, a PJF deixa de cumprir totalmente 21 critérios de transparência:

  • O site conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à informação;
  • Divulgar a lista dos inscritos em dívida ativa;
  • Identificar as transferências recebidas a partir da celebração de convênios/acordos;
  • Identificar as transferências realizadas a partir da celebração de acordos/ajustes;
  • Divulgar a relação nominal dos servidores, seus cargos, as respectivas lotações, as suas datas de admissão/exoneração/inativação e a carga horária semanal;
  • Publicar lista dos terceirizados que prestam serviços;
  • Divulgar o plano de contratações anual;
  • Divulgar a relação dos licitantes e/ou contratados sancionados administrativamente;
  • Divulgar a ordem cronológica de seus pagamentos;
  • Divulgar os quantitativos e os preços unitários e totais contratados;
  • Divulgar os quantitativos executados e os preços praticados;
  • Divulgar o Relatório de Gestão ou Atividades;
  • Divulgar o resultado da apreciação e/ou julgamento das contas pelo Tribunal de Contas;
  • Divulgar os objetivos estratégicos da instituição e os indicadores definidos para mensurar o alcance desses objetivos;
  • Regulamentar a Lei Federal nº 14.129/2021 e divulgar a normativa em seu portal;
  • Identificar as espécies de desonerações concedidas;
  • Divulgar os dados quantitativos sobre as renúncias de receitas;
  • Divulgar informações pormenorizadas das renúncias de receita;
  • Divulgar dados específicos sobre incentivos relacionados a projetos culturais (inclusive esportivos);
  • Identificar as emendas parlamentares;
  • Demonstrar detalhadamente a execução orçamentária e financeira oriundas de transferências disciplinadas pela Emenda Constitucional nº 105 nos demonstrativos fiscais.

Outros cinco critérios são cumpridos de forma parcial: Identificar a remuneração nominal de cada servidor e a tabela com o padrão remuneratório dos cargos e funções (83,33%); divulgar a lista de estagiários (83,33%); divulgar a lista dos fiscais dos contratos vigentes e encerrados (80%); divulgar tabela que explicite os valores das diárias dentro e fora do Estado e fora do país (50%); e divulgar o plano de educação e o respectivo relatório de resultados (50%).

 

Obras e educação têm transparência abaixo da média

O Radar ainda classifica a transparência quanto a 19 dimensões. Nesta análise, a média é de 70,05% de atendimento. As únicas cumpridas totalmente pela prefeitura são com relação à acessibilidade; despesa; informações institucionais; ouvidoria; saúde (que subiu de 70% no ano passado); e Serviço de Informações ao Cidadão (SIC) – que também marcava cerca de 70% em 2023.

Abaixo da própria média, estão planejamento e prestação de contas; educação; receita; recursos humanos; obras; e convênios e transferências. Além dessas, emendas parlamentares e renúncia de receita marcam 0%. As maiores quedas em relação ao ano passado foram nas divulgações de convênios e transferências – de 60% para 33% –, obras – de 93,75% para 50% – e emendas parlamentares – de 50% para 0%.

Procurada, a Prefeitura de Juiz de Fora, por meio de nota, comemorou o reconhecimento obtido no âmbito do Programa Nacional de Transparência Pública (PNTP), no qual recebeu o Selo Prata e atingiu 83,44% de nível de transparência em análise com mais de sete mil portais do Brasil. “Esse resultado é fruto de um trabalho contínuo e dedicado para garantir que os dados públicos estejam acessíveis, claros e disponíveis à população de forma prática e segura.”

A PJF destaca, ainda, que segue atenta às diretrizes estabelecidas e comprometida na implementação contínua de ajustes e melhorias que fortaleçam ainda mais a política de transparência, “reafirmando nosso compromisso com a boa governança”.

 

Câmara tem selo Ouro

Já a Câmara Municipal de Juiz de Fora (CMJF) obteve o selo Ouro, com 91,02% de transparência. No ano passado, o índice registrado pelo Radar foi “inexistente” e, em 2022, era de 60,16%.

Dos 81 critérios para o Legislativo, 73 são cumpridos totalmente. Ainda precisam ser disponibilizados oito: 

  • Perguntas e respostas mais frequentes relacionadas às atividades desenvolvidas;
  • Lista dos terceirizados que prestam serviços;
  • Plano de contratações anual;
  • Relação dos licitantes e/ou contratados sancionados administrativamente;
  • Ordem cronológica dos pagamentos;
  • Relatório de Gestão ou Atividades;
  • Realização e divulgação de resultados de pesquisas de satisfação;
  • Pauta das Comissões.

Já com relação às dimensões, as menos transparentes são as licitações (75%), o planejamento e prestação de contas (75%) e os contratos (73,68%).

Como divulgado pela CMJF, o coordenador da Unidade de Controle Legislativo e Fiscalização, Vinícius Azevedo Martins, afirma que o objetivo é “tornar a gestão cada vez mais transparente”.