Marinha usa nove navios em operações de socorro ao Rio Grande do Sul
Até esta terça-feira (21), as maiores embarcações militares do país haviam transportado 390 toneladas de donativos, 130 mil litros de água potável, além de viaturas, aeronaves, barcos menores, equipamentos e suprimentos diversos
O Tempo Por Renato Alves
BRASÍLIA – A Marinha do Brasil já deslocou nove navios para operação no Rio Grande do Sul, desde o início das enchentes no Estado, no fim de abril. Até esta terça-feira (21), as maiores embarcações militares do país haviam transportado 390 toneladas de donativos, 130 mil litros de água potável, além de viaturas, aeronaves, barcos menores, equipamentos e suprimentos diversos
A Marinha também enviou ao Rio Grande do Sul um grupamento de fuzileiros navais em apoio à Defesa Civil, esquadrões aéreos e mergulhadores. Para apoiar o sistema de saúde local, a Força Naval instalou um hospital de campanha em Guaíba e mantém equipes médicas nos municípios do sul da Lagoa dos Patos, além de realizar o transporte de pacientes em uma “Ambulancha”, embarcação equipada para oferecer suporte à saúde das vítimas.
Todo esse esforço se soma à atuação dos militares da Marinha que servem em organizações sediadas no RS, subordinadas ao Comando do 5º Distrito Naval. Eles são empregados no resgate de pessoas e animais, e na distribuição de itens de subsistência, desde 30 de abril.
Base de Canoas começa a receber voos comerciais na quarta-feira (22)
As companhias aéreas começaram a vender nesta terça-feira passagens para voos que vão pousar na Base Aérea de Canoas (RS). A unidade militar, administrada pela Força Aérea Brasileira (FAB), funcionará como aeroporto e receberá 35 voos semanais, a partir desta quarta-feira (22).
A medida emergencial servirá como alternativa ao Aeroporto Internacional Salgado Filho em Porto Alegre (RS), que está fechado por tempo indeterminado desde 6 de maio, após ter as instalações térreas e a pista de pouso e decolagem alagadas com a cheia do Guaíba.
A malha emergencial terá 134 voos para o acesso ao Rio Grande do Sul por semana. A primeira fase do plano de aviação foi anunciada com 116 voos comerciais semanais. A previsão é que a Base Aérea de Canoas atenda 30 mil passageiros por semana.
Os aviões decolarão e pousarão em sete aeroportos de pequeno e médio porte no Rio Grande do Sul e mais dois em Santa Catarina. Confira a malha aérea emergencial:
Rio Grande do Sul
- Aeroporto de Caxias do Sul: 39 voos semanais;
- Aeroporto de Santo Ângelo: 6 voos semanais;
- Aeroporto de Passo Fundo: 21 voos semanais;
- Aeroporto de Pelotas: 6 voos semanais;
- Aeroporto de Santa Maria: 3 voos semanais;
- Aeroporto de Uruguaiana: 3 voos semanais;
- Base Aérea de Canoas: 35 voos semanais.
Santa Catarina
- Aeroporto de Florianópolis: 14 voos semanais;
- Aeroporto de Jaguaruna: 7 voos semanais.
Ao menos 303 mil edificações residenciais foram alagadas no RS
As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul afetaram 464 dos 497 municípios do Estado e causaram mais de uma centena de mortes. O desastre climático ainda afetou o fornecimento de água tratada e de energia elétrica em centenas de milhares de imóveis.
A inundação histórica alagou ao menos 303 mil edificações residenciais e 801 estabelecimentos de saúde em 123 cidades, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Universidade Federal do RS (UFRGS).
Além disso, ficaram submersos total ou parcialmente 682 unidades de ensino, 1.347 templos religiosos, 2.601 propriedades agropecuárias e outros 48 mil edifícios usados para outras finalidades, como lojas, bancos e prédios públicos ou comerciais.
Veja os números mais recentes da catástrofe, divulgados pela Defesa Civil na manhã desta terça-feira:
Mortos: 121
Feridos: 806
Desaparecidos: 85
Desalojados: 654,1 mil
Pessoas em abrigos: 76,9 mil
Pessoas resgatadas: 82,6 mil
Animais resgatados: 12,1 mil
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