Filipe Luís responde sobre transição para assumir time profissional do Flamengo

Substituto de Tite, o ídolo e multicampeão pelo clube entre 2019 e 2023 foi apresentado como técnico nesta terça (30)

Itatiaia      Por Matheus Dantas

O intervalo entre o jogo de despedida e a estreia como técnico do time profissional do Flamengo será de exatos 10 meses. Neste cenário, Filipe Luís assume o comando da equipe que fez história como jogador, entre 2019 e 2023. O novo treinador respondeu sobre as etapas puladas e os desafios de chegar nesta condição em momento decisivo da temporada.

“Nunca pensei em começar no profissional. A idade não traz experiências, são as vivências. Sou um treinador jovem, por mais que por muitos anos eu já pensasse com treinador, conversava com treinadores, me preparei muito, mas não é a mesma coisa. A passagem pela base era fundamental para me conhecer”, respondeu.

“Pouco a pouco fui vendo essa evolução, montei uma comissão de pessoas inteligentes, um grupo muito forte e que me ajuda muito. Montamos um método de trabalho para quando chegasse a oportunidade a gente se sentisse preparado. Foi fundamental. O Sub-17 é mais livre, com o Sub-20 é mais parecido com o profissional. Somamos experiências para chegar ao profissional o mais preparado possível”, completou Filipe Luís.

Vale destacar que Filipe Luís estava preparando-se para a função de técnico antes mesmo de pendurar as chuteiras, em dezembro de 2023. Ainda como atleta, o ex-lateral já havia obtido a Licença B da CBF, que o habilitava a trabalhar nas divisões de base. Posteriormente, cursou a Licença A, que o permite dirigir o time profissional em competições nacionais.

De janeiro a junho de 2024, trabalhou no Sub-17. Então, assumiu o Sub-20 com a saída de Mario Jorge e logo conquistou o título do Intercontinental, em agosto, com os Garotos do Ninho.

O técnico Filipe Luís e os zagueiros Fabrício Bruno e Léo Pereira durante atividade no Ninho do Urubu          Marcelo Cortes/Flamengo

Apesar de ter sido anunciado como substituto interino de Tite, na segunda (30), Filipe Luís está efetivado como técnico do time principal, com direito à apresentação oficial, por exemplo.

A mudança dias antes do início da semifinal da Copa do Brasil, contra o Corinthians, foi uma tentativa de mudar o ambiente entre torcida e time para o jogo desta quarta (2), no Maracanã.

Confira, abaixo, outras respostas do técnico do Flamengo:

Apoio recebido nos últimos dias
“Agradecer o carinho. Expectativa alta e gostaria muito que a comunhão exista no jogo. Já vi a torcida ganhar jogo para a gente. Espero que o estádio não esteja dividido e animando o nosso time. Trabalho não vai faltar. Vamos continuar dando a vida para convencê-los de nos apoiar dentro de campo.”

Sonho e objetivo como técnico do Flamengo
“Meu sonho é ganhar quarta, contra o Corinthians. Domingo, estava preparando o jogo contra o Porto Vitória, pelo Sub -20, e eu não consigo pensar uma semana à frente. Penso jogo a jogo, me fez muito bem como treinador. O Flamengo tem como objetivo lutar por tudo. Com o elenco, eu tenho que fazer eles jogar. Se não, eu sou o maior responsável. E assumo isso com a maior alegria e privilégio do mundo. Ganhar, que se divirtam dentro do campo e recuperar a confiança da torcida. Quando a torcida está junto com o time, ninguém para esse clube.”

Tradição dos interinos do Flamengo
“Não só eles, mas a todos que passaram. A exigência é máxima. Tem que ganhar. Quero fazer uma nova história, que pensem daqui para frente. Respeito todos que escreveram o nome na história, mas quero escrever o Flamengo de Filipe Luís.”

Como foi o convite do Flamengo?
“O Flamengo veio me buscar em Madrid. Braz e Spindel foram me buscar no campo da base. É óbvio que vou aceitar. Impossível dizer não ao Flamengo. Não teve nenhum tipo de negociação pois, obviamente, eu estou onde quero estar.”

Ajustes na parte defensiva do Flamengo
“A fase defensiva não está ruim, está sofrendo alguns gols de transição e bola parada. Cada um tem a forma de defender. Eu tenho a minha, de acordo com minhas experiências. Não é a mesma de dois anos atrás, as coisas se atualizam e precisamos ajustar para que seja uma força, e não uma fraqueza.”