Familiares e amigos se preparam para despedida de sargento assassinado em BH
O velório será na sala 07, e terá início às 13h, no cemitério Bosque da Esperança; o sepultamento está previsto para às 17h
Por O Tempo
O corpo do sargento Roger Dias da Cunha, de 29 anos, será velado nesta terça-feira (9 de janeiro) no cemitério Bosque da Esperança, no bairro Jaqueline, região Norte de Belo Horizonte. A cerimônia será na sala 07, e terá início às 13h. O sepultamento está previsto para às 17h.
A família do militar pede para que os participantes levem balões de cor branca. Os objetos vão ser soltos em homenagem ao policial, que morreu após ser baleado na cabeça, à queima-roupa, durante uma perseguição na última sexta-feira (5), no bairro Novo Aarão Reis, na região Norte da capital.
O caso
O sargento Dias foi atingido por disparos à queima-roupa na noite de sexta-feira (5 de janeiro), quando guarnições do 13º Batalhão perseguiam dois criminosos na avenida Risoleta Neves. Em dado momento, o motorista teria perdido o controle da direção e batido contra um poste. Após o acidente, os criminosos desceram do carro e continuaram a fuga a pé.
Um deles foi alcançado por um sargento. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o militar se aproxima do criminoso e dá ordem de parada, mas é surpreendido pelo criminoso, que saca uma arma e atira à queima-roupa contra o policial.
O militar foi socorrido por colegas para o Hospital Risoleta Tolentino Neves, em Venda Nova, mas, dada a complexidade do caso, foi encaminhado para o Hospital João XXIII. O militar, que é pai de uma criança recém-nascida, estava na Polícia Militar há cerca de 10 anos.
Prisão em flagrante é convertida em preventiva
A Justiça decidiu por manter presos os dois criminosos envolvidos na perseguição que terminou com o sargento Roger Dias da Cunha, de 29 anos, baleado duas vezes na cabeça. O atirador de 25 anos e um comparsa dele, de 33, tiveram a prisão em flagrante convertida para preventiva em audiência de custódia neste domingo (7).
A decisão foi da juíza Juliana Miranda. Ela argumentou que as circunstâncias são “gravíssimas”, argumentando que, além do sargento baleado, outros policiais teriam sido alvos da dupla, que atirou contra a viatura. "Foi necessária uma mobilização policial complexa e longa para captura dos autuados”, observou.
A magistrada ainda lembrou o passado criminal de ambos para provar que há risco caso eles não fiquem em detenção, sendo que o criminoso de 33 anos, que, até a prisão em flagrante, estava em liberdade condicional, ainda está em cumprimento de pena por um assassinato e tentativa de assassinato qualificada. "Tudo isso corrobora para a necessidade da conversão da prisão em flagrante em preventiva para a garantia da ordem pública", concluiu Juliana.
"Saidinha"
O criminoso, 25 anos,que atirou à queima-roupa contra o sargento da Polícia Militar Roger Dias da Cunha, 29, gozava de uma saída temporária do Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde estava desde agosto. A saída temporária, popularmente conhecida como “saidinha”, é um benefício previsto na Lei de Execuções Penais - 7.210/1984 - para presos em regime semi-aberto.
Conforme o o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), nas saídas temporárias de Natal e Ano Novo, 4.158 detentos receberam na Justiça o direito de deixar a unidade prisional. Desse total, 118 não retornaram após o fim do prazo estipulado e se tornaram foragidos. Dos 172 presídios de Minas, a porcentagem de presos que fugiu após benefício representa 2,8%.
Operação Escudo
A Polícia Militar (PM) deu início a uma operação chamada de "Escudo" que visa recapturar esses detentos que fugiram durante a chamada "saidinha". Em apenas 24h, a corporação conseguiu prender 25 destes fugitivos.
Mais cedo, durante coletiva de imprensa, o coronel Flávio Godinho, chefe de operações da Polícia Militar (PM), destacou que a corporação está apenas cumprindo as leis. "A PM tem o dever de cumprir a lei. Enquanto existir a 'saidinha', e essas pessoas não retornarem para a prisão, a PM vai continuar buscando essas pessoas para que a lei seja cumprida", destacou.
Ainda segundo ele, antes mesmo da morte do colega de farda, a corporação já tinha recapturado 45 dos 118 presos que não voltaram aos presídios. Com a captura de 25 dos 73 foragidos que restavam, o número agora é de 48 fugitivos ainda sendo buscados pela corporção.
Destes 48, cinco são considerados de alta periculosidade. "São indivíduos faccionados, com passagens por tráfico, explosão de caixa eletrônico, tráfico internacional, roubo e porte de arma. Estamos com uma atenção especial para estes suspeitos, enviamos viaturas da ROTAM, BOPE, e Choque", destacou.
O coronel Godinho aproveitou para pedir o apoio da população nas denúncias sobre o paradeiro de pessoas foragidas da Justiça. "A população é nossa parceira, e sabemos que sentiu a perda de um profissional que trabalha pela segurança deles. Por isso contamos com a ajuda das pessoas que tiverem alguma informação sobre o paradeiro desses foragidos, basta ligar no Disque-Denúncia, no telefone 182, ou no 190", clamou.
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