Estudantes mineiras são premiadas por criação de mouse adaptado para colegas com mobilidade reduzida

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“Mouse sem toque” funciona com o dispositivo acoplado na armação de um óculos; entenda

Tribuna   Por Elisabetta Mazocoli

Três estudantes mineiras foram premiadas por uma criação própria que permite o uso de mouse por colegas com mobilidade reduzida. As jovens, da Escola Estadual Neusa Pimentel Barbosa, em Paracatu, na região Nordeste de Minas Gerais, construíram um “mouse sem toque”, que faz com que pessoas com movimentos reduzidos e outros tipos de deficiência tenham mais facilidade no uso das telas. A invenção, batizada de ‘mouserduino’, funciona com o dispositivo acoplado na armação de um óculos, precisando apenas dos movimentos da cabeça para navegação e de piscadas dos olhos para a função de seleção nas telas, fazendo com que esses indivíduos consigam ter mais autonomia no uso de programas on-line e da internet.

As jovens Eduarda Barbosa, Letícia Maria e Raina de Souza, autoras do projeto, são estudantes do 2º ano do Ensino Médio Integrado Integral (Emti) do curso Técnico em Agropecuária. A iniciativa também teve orientação do professor de Agrotech Flávio Barbosa, e supervisão da professora de química Kátia Mendes. Foram cerca de seis meses para que essa ideia fosse concluída e o protótipo, quando pronto, foi reconhecido com o segundo lugar na Feira Virtual Stem Brasil 2023, na categoria “Tecnologia, Inovação e Robótica” e também na categoria “Meninas na Ciência”.

Novo mouse criado em aulas de Agrotech

‘mouserduino’ surgiu a partir de atividades das aulas de Agrotech, que é uma disciplina eletiva do Emti ligada à tecnologia. Nessa disciplina, os alunos são incentivados a se aprofundarem em conceitos de programação, robótica e no uso de plataformas tecnológicas, o que fez com que fosse possível desenvolver a invenção. De acordo com o professor orientador, um dos objetivos é justamente incentivar que os alunos busquem soluções para o dia a dia a partir dos ensinamentos. “Não adianta só sermos espectadores de tecnologias que estão sendo desenvolvidas por outros, quando temos capacidade de, na nossa própria escola, criarmos uma solução para melhorar nossa qualidade de vida. Acredito que as disciplinas de tecnologia devem sempre instigar nossos alunos a buscar soluções para as ‘dores’, sejam da escola ou da comunidade”, afirmou Flávio.

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Mouse conectado do computador ao óculos é utilizado apenas com os movimentos da cabeça e o piscar de olhos (Foto: SEE-MG / Divulgação)

Para além dos prêmios, as jovens ressaltam a importância do projeto para o uso dos colegas da própria instituição. Como afirma a estudante Eduarda Barbosa, de 16 anos, aprender a partir das etapas de montagem e testagem também foi muito significativo para elas. “Acredito que é algo que pode influenciar a gente no futuro, na escolha da carreira, mesmo que não seja na tecnologia, porque é um conhecimento que vai ser nosso para o resto da nossa vida”, diz. Já Letícia Maria de Oliveira, de 16 anos, quer usar a experiência para seguir na área. “Aprendi bastante durante a criação e acredito que vai agregar muito em minha vida, pois tenho interesse na área de tecnologia”, conta.

Na modalidade de educação integral e profissional, que é feita no Emti, os estudantes contam com uma carga horária semanal de 45 horas em que devem ter uma formação integrada e aprofundada. Além de receberem a Formação Geral Básica (Base Nacional Comum Curricular e Currículo Referência de Minas Gerais), essa modalidade também traz os Itinerários Formativos, que devem possibilitar que os estudantes se aprofundem em suas áreas de interesse. É possível, por exemplo, ter introdução ao mundo do trabalho, construção de seu Projeto de Vida, desenvolvimento do pensamento/método científico, trabalhar com atividades integradoras de enriquecimento curricular e/ou componentes curriculares de formação técnica e profissional.