Catador tem que conseguir 19,5 mil latinhas para ganhar um salário mínimo em BH
Recicláveis valem cada vez menos no mercado, mostra pesquisa do Mercado Mineiro
O Tempo Por Gabriel Rodrigues
A reciclagem paga cada vez menos em Belo Horizonte e região, e, hoje, catadores precisam recolher quase 19,5 mil latinhas para ganhar um salário mínimo. O site de pesquisa Mercado Mineiro levantou valores pagos em 21 ferros-velhos e constatou que os recicláveis estão valendo até 79,3% menos em 2024.
Em média, paga-se R$ 5,45 pelo quilo de latinhas, equivalente a 75 unidades. Isto é, um catador tem que conseguir 19.440 latas para atingir R$ 1.412. O preço médio do quilo caiu cerca de 15,3%, e foi de R$ 6,43 para para R$ 5,45.
O preço de outros recicláveis diminuiu ainda mais. O valor pago pelo quilo do papel branco despencou 78,5%, de R$ 0,64 para R$ 0,14, ou seja, seria necessário juntar 10 toneladas de material para se chegar a um salário mínimo.
“Isso é um problema social, porque os catadores muitas vezes não têm oportunidade e, a partir do momento em que elas não têm o mínimo para sobrevivência, vão abandonando esse mercado devido à dificuldade de fazer algum dinheiro”, avalia o administrador do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu.
Somente o preço do cobre permaneceu estável no último ano. O quilo do cobre mel ficou quase 0,1% mais caro, e custa R$ 34,72. O cobre misto aumentou pouco menos de 1% e é vendido por R$ 32,61.
Paga-se até o triplo por recicláveis em diferentes ferros-velhos
O preço pago pelos diferentes ferros-velhos em BH e região varia até 200%. Pelo quilo do jornal, por exemplo, paga-se de R$ 0,10 a R$ 0,30. O quilo de latinhas custa de R$ R$ 4,50 a R$ 6,20, variação de 37,8%. O levantamento completo e o endereço de todos os pontos pesquisados estão disponíveis no site Mercado Mineiro.
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