Avenida Francisco Bernardino é reaberta para passagem embaixo do viaduto Roza Cabinda

Avenida Francisco Bernardino é reaberta para passagem embaixo do viaduto Roza Cabinda
Divulgação PJF
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NOTÍCIAS: SMU

 

O trânsito da Avenida Francisco Bernardino foi totalmente liberado na tarde desta quarta-feira, 3, após o cruzamento com a Rua Benjamin Constant. Os itinerários de todas as linhas de ônibus que passam pelo local retornam ao normal, não sendo necessário mais o desvio.

A passagem embaixo do viaduto estava fechada para a realização das intervenções urbanísticas do novo viaduto Roza Cabinda, que só puderam ser iniciadas após a finalização da obra viária. Os trabalhos no local continuam, porém, com o avanço das obras, com a pista liberada para o tráfego.
 

Melhorias viárias

 A ideia deste novo equipamento urbano é eliminar da rota dos motoristas a passagem de nível na Rua Benjamin Constant, com a intenção de ofertar um melhor fluxo viário. O viaduto vai impactar positivamente na pontualidade das linhas de transporte coletivo e também vai garantir maior fluidez para o trânsito da área central. Por ser próximo ao Corpo de Bombeiros, também vai acelerar a chegada do socorro para algumas áreas da cidade.

 Com a alça de acesso à Avenida Francisco Bernardino, a ligação ao Morro da Glória e à Cidade Alta será agilizada. A entrega do viaduto também conclui o binário de ligação, iniciado com a abertura do Viaduto Helio Fádel Araújo, à Região Leste e à Avenida Brasil, consequentemente também agilizando o trajeto para a Região Norte.

 Outra preocupação da obra é garantir mais segurança aos pedestres, que passam a ter o foco na travessia somente na composição férrea; e aos motoristas que zeram os riscos de acidentes na passagem de nível. O entorno do viaduto será urbanizado, com a melhoria da acessibilidade, iluminação e travessias de pedestres.
 

Sobre a construção do viaduto

 O viaduto, que inicia na Rua Benjamin Constant, possui 360 metros de extensão e uma alça de ligação à Avenida Francisco Bernardino. A obra foi iniciada no dia 15 de maio de 2023 e teve o valor total de R$ 19.837.170,56 milhões, sendo executadas pelo Consórcio Marco XX – Criar. O viaduto foi construído com 80% de recursos advindos do Governo federal, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), e 20% da Prefeitura de Juiz de Fora.

 

A grande homenageada Roza Cabinda

Em 1873, Juiz de Fora era o município cafeeiro com a maior população de pessoas escravizadas de Minas Gerais. Foi nesse período que Roza Cabinda, uma mulher escravizada de 44 anos, entrou na Justiça para comprar sua liberdade. Sancionada em setembro de 1871, a Lei do Ventre Livre determinou que mulheres escravizadas dariam à luz apenas bebês livres. A norma também previu a figura da “autocompra”, isto é, que os escravizados que apresentassem aos senhores o valor correspondente à sua pessoa teriam direito à liberdade.

 Valendo-se dessa Lei, Roza Cabinda ofereceu ao seu senhor, Henrique Halfeld, a quantia de 300 réis. Inicialmente, Halfeld recusou-se a libertá-la, sob o argumento de que Roza era excelente na execução dos serviços domésticos e que a quantia por ela oferecida estava abaixo de seu valor de mercado. Transcorrido o processo judicial, Halfeld concordou com a alforria, após nova avaliação. Em 2 de julho de 1873, Roza Cabinda obteve na Justiça o direito à liberdade – um direito conquistado e positivado em lei.

Sua história é representativa da luta cotidiana e longeva de milhões de pessoas escravizadas no Brasil. Simboliza, igualmente, o compromisso de brasileiras e brasileiros com o combate ao racismo e às injustiças sociais que ainda permeiam nossa sociedade, 135 anos após a abolição. A fim de dar visibilidade ao protagonismo de mulheres e homens negros na construção do município de Juiz de Fora e salientar sua contribuição inestimável para a formação da identidade nacional brasileira, a Prefeitura atribuiu a este viaduto, inaugurado em 28 de junho de 2024, o nome de Roza Cabinda (Lei 14.707 de 26/09/23).