Ataque em escola de BH: relembre histórico de casos de massacres no Estado e no Brasil

Ataque em escola de BH: relembre histórico de casos de massacres no Estado e no Brasil
Um dia após ataque em Poços de Caldas, cenário em colégio onde estudavam as vítimas foi de consternação e tristeza Foto: Rodney Costa/ O Tempo
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Caso anterior ocorreu em março, no Vale do Jequitinhonha; ataques com facas são os mais comuns

O TEMPO 

 

ataque de um estudante de 13 anos contra dois alunos da Escola Municipal Governador Carlos Lacerda, no bairro Ipiranga, na região Nordeste da capital, nesta segunda-feira (17 de junho), é mais um caso de violência extrema em escolas de Minas Gerais. O adolescente é suspeito de agredir a golpes de faca os colegas durante o intervalo entre as aulas. As vítimas foram socorridas às pressas. O aumento dos casos motivou o Estado a criar um grupo de intervenção e enfrentamento à violência extrema nas escolas

O caso remete a episódios trágicos, como o ataque registrado em Poços de Caldas, no Sul de Minas, em outubro do ano passado. Na ocasião, um jovem de 14 anos matou a facadas um aluno da mesma idade e feriu outras três adolescentes na saída da escola Dom Bosco. O ataque em 10 de outubro foi classificado como “fato pontual e planejado” pela Polícia Militar. O adolescente, que era ex-aluno da escola, entrou no local armado com uma faca e atacou as vítimas, que estavam na saída do turno da tarde. 

Foi também a golpes de facas que um aluno de 17 anos agiu no último ataque noticiado em Minas Gerais, em Salto da Divisa, no Vale do Jequitinhonha, em março deste ano. O adolescente incendiou uma sala, feriu três pessoas e depois ameaçou tirar a própria vida diante dos colegas. 

Escolas ameaçadas

No ano passado, circulou, nas redes sociais, uma "Lista do Massacre" com 35 cidades mineiras que poderiam sofrer ataques em escolas. O conteúdo gerou pânico na comunidade acadêmica e desencadeou uma série de ameaças individuais dentro das unidades educacionais pelo Estado.  

Forças de segurança se uniram para barrar violência nas escolas

No último dia 6 de março, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) lançou o Grupo de Intervenção Estratégica de Enfrentamento da Violência Extrema nas Escolas no Estado (GIE-Eescolas). A medida tem o apoio da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e das polícias Civil e Militar. 

A ideia do grupo é definir parâmetros da apuração coordenada e integrada dos órgãos no enfrentamento aos casos de violência extrema nas escolas, com objetivo de prevenir, acompanhar e estruturar dados e estratégias de neutralização.   

Veja a lista com alguns ataques recentes em Minas e no país:

Um jovem de 14 anos matou a facadas um aluno de 14 anos e feriu outras três adolescentes na saída da escola Dom Bosco, em Poços de Caldas, no Sul de Minas em 10 de outubro de 2023. O ataque foi classificado como um “fato pontual e planejado” pela Polícia Militar.

De acordo com informações preliminares da PM, o adolescente, que era ex-aluno da escola, entrou no local armado com uma faca e atacou as vítimas, que estavam na saída do turno da tarde.

Ainda conforme a PM, o adolescente contou que esfaqueou os estudantes aleatoriamente. Ele foi contido por pessoas que estavam no local e apreendido pela polícia.

Na manhã do dia 5 de abril de 2023, um homem invadiu uma creche particular em Blumenau, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, e matou quatro crianças. O crime ocorreu na unidade de ensino Cantinho Bom Pastor, que fica localizada na rua dos Caçadores, no bairro Velha.   

Um aluno de apenas 13 anos da Escola Estadual Thomazia Montoro, na zona Oeste de São Paulo, matou a facadas uma professora da instituição e deixou outros três docentes e dois alunos feridos. Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP/SP), o jovem era do 8º ano do ensino fundamental. Ele foi apreendido pela polícia.  

Um adolescente de 16 anos armado invadiu duas escolas em Aracruz, no Espírito Santo, e matou quatro pessoas a tiros. Ao menos outras 11 vítimas ficaram feridas. De acordo com a Polícia Militar o jovem é filho de um policial e usava um símbolo da suástica. Primeiro, ele invadiu a escola Escola Estadual Primo Bitti e disparou contra os professores. Na sequência, foi para uma escola particular, Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), e fez novos disparos, atingindo alunos e Desta vez, os projéteis atingiram estudantes, além dos docentes.  

Um adolescente de 15 anos atirou em outros três menores em uma escola estadual de Sobral, no Ceará. Na época, ele foi apreendido com uma arma de fogo registrada no nome de um CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador). Segundo Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará disse na época, o menor premeditou o ataque e tinha a intenção de fazer um acerto de contas contra colegas que teriam praticado bullying contra ele. 

Um adolescente de 14 anos entrou na Escola Municipal Eurides Sant'Anna, por volta das 7h20 da manhã. Ele teria usado uma arma branca e uma arma de fogo para matar uma aluna cadeirante. A jovem, de 19 anos, morreu no local. Ela era aluna do 9º ano do ensino fundamental.  

Um homem invadiu uma creche em Saudades, Santa Catarina, e matou duas mulheres e três crianças. Ele planejou o ataque por mais de dez meses, segundo o Corpo de Bombeiros de Pinhalzinho-SC. 

  • Suzano – 13 de março de 2019 

Em outro ato violento, em 13 de março de 2019, dois ex-alunos entraram na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, e mataram 10 pessoas. Entre as vítimas, cinco eram estudantes e duas eram funcionárias da instituição. Após o atentado, os autores se suicidaram.  

Em 5 outubro de 2017, o segurança da creche municipal Gente Inocente, em Janaúba, na região Norte de Minas Gerais, ateou fogo à instituição. Dez crianças, três profissionais da educação e o autor do incêndio morreram, no maior atentado a uma escola ocorrido em toda a história de Minas Gerais. Segundo relatos de testemunhas, ele colocou fogo no próprio corpo e passou a “abraçar” as crianças. 

  • Realengo – 7 de abril de 2011 

Um homem de 24 anos efetuou mais de cem tiros em duas salas da escola Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona Oeste do Rio de Janeiro. Dez meninas e dois meninos, entre 12 e 15 anos, morreram. Outros 11 ficaram feridos, sendo dois deles em estado grave. Alertado por dois estudantes, um sargento da PM trocou tiros com o autor no corredor do segundo andar. O atirador foi atingido na perna, caiu na escada e, segundo a PM, se suicidou com um tiro na cabeça. Toda a ação não durou mais do que 15 minutos.