Vídeo de Nikolas Ferreira sobre fiscalização do Pix bate 300 milhões de visualizações

Vídeo de Nikolas Ferreira sobre fiscalização do Pix bate 300 milhões de visualizações
Nikolas Ferreira produziu um vídeo que viralizou para criticar a mudança de fiscalização no Pix pelo governo Lula. Foto: Reprodução/Instagram @nikolasferreiradm
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A mudança no monitoramento de transações financeiras foi revogada pelo governo Lula depois da onda de desinformação sobre o assunto

O Tempo     Por Lucyenne Landim

 

BRASÍLIA - O vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) que viralizou com desinformação sobre a norma do governo Lula para fiscalizar transações financeiras, como o Pix, atingiu 300 milhões de visualizações na tarde desta quinta-feira (16). A medida foi revogada pelo governo, que não conseguiu controlar a onda de fake news sobre o assunto

O conteúdo foi publicado nas redes sociais de Nikolas na terça-feira (14). Ele afirmou, no vídeo, que “o governo Lula vai monitorar seus gastos com cartão de crédito e Pix que movimentam acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas”.  

Na prática, bancos já informam transações financeiras que ultrapassam R$ 2 mil para pessoas físicas e R$ 6 mil no caso de pessoas jurídicas. Essa fiscalização acontece há cerca de 20 anos. A mudança assinada pelo governo aumentaria esse valor mínimo para R$ 5 mil, com a entrada da Receita Federal e a inclusão do Pix entre as operações monitoradas.

Com a revogação, voltam as ser informadas, apenas pelos bancos, operações com cartão de crédito e depósitos, entre outras, que ultrapassam R$ 2 mil (pessoas físicas) ou R$ 6 mil (empresas).

“O Pix não será taxado, mas não duvido que possa ser”, disse o deputado no vídeo. Não houve no ato do governo, no entanto, qualquer ação para tributar operações de Pix. Para rebater, o governo decidiu publicar uma Medida Provisória (MP), que tem aplicação imediata, reforçando a gratuidade do Pix.  

Para convencer sobre uma possível taxação do Pix no futuro, Nikolas argumentou: “É bom lembrar que a comprinha da China não seria taxada, e foi. Não ia ter sigilo, mas teve. Você ia ser isento do imposto de renda, não vai mais. Ia ter picanha, não teve”. 

Promessa de campanha de Lula, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil é uma proposta prevista para ser analisada ao longo de 2025, para entrar em vigor em 2026. Para passar a valer, a medida precisa de aprovação pelo Congresso Nacional. 

Ainda no vídeo que viralizou, Nikolas disse que o trabalhador informal “será o mais afetado”, como ambulantes, pedreiros e motoristas de aplicativo. "Esses trabalhadores que já vivem no aperto agora terão suas movimentações vigiadas como se fossem grandes sonegadores. Se fizer uma vaquinha para pagar o churrasco, vai ser difícil de explicar no imposto de renda”. 

Ele também afirmou que o governo “quer tirar o sigilo fiscal de você, cidadão comum e empreendedor”. A mudança na fiscalização, na verdade, garantia a manutenção do sigilo fiscal sobre transações financeiras e não tinha previsão sobre exposição de informações pessoais ou sigilosas. A fiscalização seria coordenada pela Receita Federal para evitar sonegação de impostos. 

“Se é difícil sem declarar, imagina o PT tirando 27,5% que você ganha”, continuou o deputado. A tabela do Imposto de Renda, que não é atualizada há pelo menos 10 anos, já define a alíquota de 27,5% para quem ganha acima de R$ 4.664,68. Há também variações de alíquotas entre 7,5%, 15% e 22,5%. Já quem ganha até R$ 2.824 é isento atualmente – faixa que deve aumentar para R$ 3.036 neste ano.