Veja o que se sabe até agora sobre a morte de um idoso na feira da Avenida Brasil
Fornecedor de legumes e frutas foi morto por bala perdida na frente da esposa, de acordo com o Registro de Eventos de Defesa Social da Polícia Militar
Por Pâmela Costa Tribuna de Minas
O fornecedor de legumes e frutas, Jurandir Rosa Soares, 66 anos, foi vítima de bala perdida na manhã deste domingo (4), enquanto trabalhava na feira da Avenida Brasil, na altura do Bairro Vitorino Braga, Zona Sudeste de Juiz de Fora. O idoso, atingido por três disparos de arma de fogo, dois no tórax e um no braço, morreu ainda no local, em frente à esposa, conforme informações do Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) da Polícia Militar (PM).
A vítima estava descarregando as mercadorias do seu veículo para abastecer a feira livre, quando ocorreram os primeiros barulhos de tiros. A confusão, que teria se iniciado em uma casa noturna próxima, se estendeu também para a ponte da Rua Benjamim Constant. No local, uma troca de tiros tomou a via pública.
Motociclistas que estavam envolvidos no atrito partiram em retirada. Ainda assim, os caronas de duas motocicletas continuaram a troca de tiros. Neste momento, eles passaram próximo à vítima, que acabou sendo atingida e caiu já inconsciente.
O idoso não conhecia os suspeitos e a esposa não soube informar as caracteristicas dos autores do assassinato do marido, conforme a ocorrência registrada pela PM. Segundo a perícia, que compareceu para os trabalhos de praxe, perto da cena do crime foram encontradas munições deflagradas de .9mm – calibre permitido somente a agentes de segurança pública.
Conflito na casa noturna
A polícia ouviu testemunhas que presenciaram o conflito que teria se iniciado na casa noturna. De acordo com elas, uma briga ocorreu dentro do estabelecimento e, com o término do evento, um grupo composto por cerca de seis pessoas foi para a ponte da Rua Benjamin Constant.
Por volta das 4h30 da madrugada, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para socorrer o idoso. Com três perfurações, duas somente no tórax, ele acabou sofrendo uma parada cardiorrespiratória. A equipe tentou reanimá-lo por 25 minutos, mas ele não resistiu.
O grupo teria atirado contra outros indivíduos, que ainda estavam na porta do estabelecimento – que revidaram. Em seguida, a pé, eles fugiram em direção ao interior do Bairro Vitorino Braga. Informações da PM dão conta, porém, que as testemunhas conseguiram identificar características dos suspeitos envolvidos nos disparos. Um homem estava de bermuda jeans, camisa branca e usava um chapéu preto. Outro envolvido na confusão estava com bermuda similar e camisa de manga longa preta.
A polícia solicitou imagens do circuito interno do estabelecimento, a fim de conseguir mais detalhes que possam identificar os suspeitos do conflito que se iniciou no lugar. Contudo, o gerente do local informou que as câmeras não estavam funcionando ou gravando.
Associação de Feirantes: “Situação que tememos há muito tempo”
Em nota, a Associação dos Profissionais Produtores e Feirantes de Juiz de Fora (Approfeira) se manifestou com pesar à morte do fornecedor e amigo. Além disso, conforme o posicionamento encaminhado à Tribuna, a Approfeira denunciou uma sensação de insegurança que ronda os trabalhadores da feira.
“Infelizmente, ele foi vítima de uma situação que tememos há muito tempo, quando voltou a ser permitida a abertura de bailes no entorno da nossa feira. Após a finalização destes bailes, vários frequentadores vão para nossa feira tumultuando e, muitas vezes, criando brigas. Há tempos pedimos reforço da Polícia Militar neste horário, porque é na madrugada que quase tudo acontece e a história é a mesma: briga começa dentro do baile e termina na feira”.
A Tribuna procurou a Polícia Militar, Polícia Civil e Prefeitura de Juiz de Fora para se posicionarem sobre a tragédia, mas não obteve retorno até o momento desta publicação.
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