Pilotos da Japan Airlines não viram avião da Guarda Costeira antes da colisão

Pilotos da Japan Airlines não viram avião da Guarda Costeira antes da colisão
Destroços do avião do Japan Airlines no pátio do Aeroporto Internacional de Tóquio, em Haneda, no Japão RICHARD A. BROOKS/AFP
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O acidente aconteu nessa terça-feira (2) no aeroporto de Haneda e causou seis mortes, no Japão

Fonte:   Itatiaia   Por 

Os pilotos do avião da Japan Airlines (JAL) não viram a aeronave da Guarda Costeira com a qual colidiram na pista do Aeroporto Internacional de Tóquio, em Haneda, no Japão, informou a companhia aérea nessa quarta-feira (4).

Uma bola de fogo irrompeu do avião e as chamas se espalharam pelo restante da aeronave, causando pânico nos passageiros.

Os três pilotos inicialmente não perceberam o incêndio e só ficaram sabendo após o aviso dos assistentes de voo, disse um porta-voz da JAL.

Os comandantes disseram que não fizeram “contato visual” com o outro avião, embora um deles tenha observado “um objeto” um pouco antes do impacto.

A tripulação precisou evacuar os 379 passageiros do Airbus A350 da JAL em questão de minutos, na terça-feira (2), antes das chamas consumirem a aeronave.

No final, ninguém a bordo morreu. Apenas dois passageiros sofreram ferimentos, como hematomas e torções de membros, disse a JAL.

Vítimas

Os seis ocupantes do turboélice da Guarda Costeira, incluindo o piloto, morreram com a explosão causada pela colisão.

 

O avião ia levar suprimentos para as vítimas do terremoto de magnitude de 7,6 que atingiu o Japão na segunda-feira, 1º de janeiro.

A aeronave da Guarda Costeira estava cheia de combustível, o que influenciou na explosão causada pela batida.

Os pilotos da Japan Airlines só sentiram o impacto após a aterrissagem, quando o trem de pouso tocou a pista, disse o porta-voz da companhia.

O chefe dos comissários de bordo relatou o fogo à cabine de comando e pediu permissão para abrir as saídas de emergência.

Nesse momento, a aeronave estava cheia de fumaça, com bebês chorando e passageiros implorando para sair, conforme as imagens divulgadas na internet.

Tensão

O Airbus A350 tem oito saídas de emergência, mas a evacuação foi feita com apenas dois tobogãs na frente da aeronave.

A JAL informou que havia apenas uma saída adicional, na parte traseira, que estava protegida do fogo. No entanto, a comunicação interna da aeronave falhou e os pilotos não autorizaram o seu uso.

Conforme são treinados, os comissários liberaram a saída pela porta traseira, sem a permissão do comandante, por considerar a situação urgente.

O avião levou 18 minutos para evacuar todos os passageiros, sendo o piloto o último a sair.

Logo depois, a fuselagem do avião foi ‘engolida’ pelo fogo e os bombeiros levaram oito horas para apagar totalmente as chamas.

“Os passageiros parecem ter seguido as instruções (de segurança) ao pé da letra”, comentou Terence Fan, um especialista da indústria aérea, à AFP sobre o sucesso da operação do Airbus.

Permissão para pouso

Investigadores do Japão, França, Reino Unido e Canadá analisaram, nesta quinta-feira (4), os destroços carbonizados dos aviões, que ainda estão na pista do aeroporto de Haneda, em Tóquio.

As gravações do voo Guarda Costeira e da Japan Airlines foram recuperadas, mas os registros de voz do voo comercial não foram registradas.

Transcrições das comunicações dos controladores de tráfego aéreo, divulgadas pela imprensa, revelaram que a torre de controle havia aprovado o pouso do voo da Japan Airlines.

A aeronave da Guarda Costeira teria sido instruída a se dirigir para outra parte da pista. No entanto, a ordem não foi cumprida e causou o acidente.

Antes de morrer, quando estava internado com ferimentos graves, o piloto do turboélice, Kazuki Ito, disse que também havia recebido a permissão para decolar - informou um funcionário da Guarda Costeira à imprensa japonesa.

*Com informações da AFP e CNN