Pilotos da Japan Airlines não viram avião da Guarda Costeira antes da colisão
O acidente aconteu nessa terça-feira (2) no aeroporto de Haneda e causou seis mortes, no Japão
Fonte: Itatiaia Por Frederico Gandra
Os pilotos do avião da Japan Airlines (JAL) não viram a aeronave da Guarda Costeira com a qual colidiram na pista do Aeroporto Internacional de Tóquio, em Haneda, no Japão, informou a companhia aérea nessa quarta-feira (4).
Uma bola de fogo irrompeu do avião e as chamas se espalharam pelo restante da aeronave, causando pânico nos passageiros.
Os três pilotos inicialmente não perceberam o incêndio e só ficaram sabendo após o aviso dos assistentes de voo, disse um porta-voz da JAL.
Os comandantes disseram que não fizeram “contato visual” com o outro avião, embora um deles tenha observado “um objeto” um pouco antes do impacto.
A tripulação precisou evacuar os 379 passageiros do Airbus A350 da JAL em questão de minutos, na terça-feira (2), antes das chamas consumirem a aeronave.
No final, ninguém a bordo morreu. Apenas dois passageiros sofreram ferimentos, como hematomas e torções de membros, disse a JAL.
Vítimas
Os seis ocupantes do turboélice da Guarda Costeira, incluindo o piloto, morreram com a explosão causada pela colisão.
O avião ia levar suprimentos para as vítimas do terremoto de magnitude de 7,6 que atingiu o Japão na segunda-feira, 1º de janeiro.
A aeronave da Guarda Costeira estava cheia de combustível, o que influenciou na explosão causada pela batida.
Os pilotos da Japan Airlines só sentiram o impacto após a aterrissagem, quando o trem de pouso tocou a pista, disse o porta-voz da companhia.
O chefe dos comissários de bordo relatou o fogo à cabine de comando e pediu permissão para abrir as saídas de emergência.
Nesse momento, a aeronave estava cheia de fumaça, com bebês chorando e passageiros implorando para sair, conforme as imagens divulgadas na internet.
Tensão
O Airbus A350 tem oito saídas de emergência, mas a evacuação foi feita com apenas dois tobogãs na frente da aeronave.
A JAL informou que havia apenas uma saída adicional, na parte traseira, que estava protegida do fogo. No entanto, a comunicação interna da aeronave falhou e os pilotos não autorizaram o seu uso.
Conforme são treinados, os comissários liberaram a saída pela porta traseira, sem a permissão do comandante, por considerar a situação urgente.
O avião levou 18 minutos para evacuar todos os passageiros, sendo o piloto o último a sair.
Logo depois, a fuselagem do avião foi ‘engolida’ pelo fogo e os bombeiros levaram oito horas para apagar totalmente as chamas.
“Os passageiros parecem ter seguido as instruções (de segurança) ao pé da letra”, comentou Terence Fan, um especialista da indústria aérea, à AFP sobre o sucesso da operação do Airbus.
Permissão para pouso
Investigadores do Japão, França, Reino Unido e Canadá analisaram, nesta quinta-feira (4), os destroços carbonizados dos aviões, que ainda estão na pista do aeroporto de Haneda, em Tóquio.
As gravações do voo Guarda Costeira e da Japan Airlines foram recuperadas, mas os registros de voz do voo comercial não foram registradas.
Transcrições das comunicações dos controladores de tráfego aéreo, divulgadas pela imprensa, revelaram que a torre de controle havia aprovado o pouso do voo da Japan Airlines.
A aeronave da Guarda Costeira teria sido instruída a se dirigir para outra parte da pista. No entanto, a ordem não foi cumprida e causou o acidente.
Antes de morrer, quando estava internado com ferimentos graves, o piloto do turboélice, Kazuki Ito, disse que também havia recebido a permissão para decolar - informou um funcionário da Guarda Costeira à imprensa japonesa.
*Com informações da AFP e CNN
Comentários do Facebook