Novo ataque russo na Ucrânia mata oito pessoas, incluindo dois menores

Novo ataque russo na Ucrânia mata oito pessoas, incluindo dois menores
Ucrânia está sendo bombardeada — Foto: Genya SAVILOV / AFP
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O ataque russo atingiu edifícios residenciais na cidade de Dnipro e na vizinha Synelnykove

O Tempo   Por Agências

 

Pelo menos oito pessoas, incluindo dois menores, morreram em novos ataques russos durante a noite na Ucrânia, onde as autoridades afirmaram nesta sexta-feira (19) que derrubaram um bombardeiro russo de longo alcance pela primeira vez desde o início da invasão. O ataque russo atingiu edifícios residenciais na cidade de Dnipro e na vizinha Synelnykove. Na primeira, morreram duas pessoas e, na segunda, morreram seis, segundo o ministro do Interior ucraniano, Igor Klimenko.

Pelo menos 25 pessoas ficaram feridas, segundo o governador da região de Dnipropetrovsk, no centro-leste do país. O ministro das Relações Exteriores, Dmitro Kuleba, afirmou que dois menores, de 14 e 8 anos, estavam entre os mortos e que um terceiro, um menino de seis anos, ficou ferido.

Outros funcionários fizeram anteriormente declarações contraditórias sobre a idade dos menores falecidos. No total, a Rússia disparou 22 mísseis e 14 drones explosivos na manhã desta sexta-feira contra alvos na Ucrânia, segundo a Força Aérea Ucraniana, que afirmou ter repelido 29 desses projéteis.

O presidente Volodimir Zelensky pediu mais uma vez a seus aliados que entreguem sistemas de defesa aérea, para que as cidades do país, invadido pela Rússia desde fevereiro de 2022, possam se defender do "terror" de Moscou. Os ministros das Relações Exteriores do G7 prometeram nesta sexta-feira "reforçar os meios de defesa aérea da Ucrânia" contra os ataques russos, no final de uma reunião na ilha italiana de Capri.

E a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos vai finalmente votar neste sábado um pacote de ajuda de 61 bilhões de dólares (cerca de 305 bilhões de reais), bloqueado há meses por divergências entre democratas e republicanos.

O diretor CIA, Bill Burns, alertou na quinta-feira que a Ucrânia pode perder a guerra com a Rússia até o final do ano, a menos que Washington envie mais ajuda militar. Zelensky visitou nesta sexta-feira suas tropas no Donbass, leste do país, onde o Exército russo redobrou a pressão nos últimos meses.

O presidente disse ter inspecionado "a construção de fortes", uma das atuais prioridades do país para deter as tropas de Moscou.

"Operação especial"

O comandante da Força Aérea Ucraniana, Mykola Oleshchuk, afirmou que suas forças conseguiram pela primeira vez, desde o início da invasão, derrubar um bombardeiro estratégico russo de longo alcance Tu-22M3, "transportando mísseis de cruzeiro X-22".

O porta-voz da Força Aérea, Ilia Yevlash, afirmou à AFP que esse avião russo bombardeou duas cidades ucranianas, Dnipro e Kryvy Rig. "Vingamos nossas cidades e nossos civis", disse. A Ucrânia já havia reivindicado a destruição de um dispositivo deste tipo em agosto, mas que estava no solo e não em voo.

O serviço de inteligência militar ucraniano, o GUR, afirmou que, desta vez, tratava-se de um avião que participou dos bombardeios noturnos desta sexta-feira e que foi "atingido em uma operação especial". 

O impacto aéreo ocorreu "a uma distância de cerca de 300 km da Ucrânia", e o bombardeiro "conseguiu voar para a área de Stavropol", no sul da Rússia, "onde caiu", acrescentou o GUR. O Ministério da Defesa russo não confirmou que um dos seus aviões tenha sido alvo de disparos ucranianos.

No entanto, uma fonte militar disse à agência estatal TASS que um bombardeiro supersônico Tupolev-22M3 "caiu na região de Stavropol após uma missão de combate e quando retornava à sua base". Segundo a mesma fonte, não havia armas a bordo. 

O governador da região de Stavropol, Vladimir Vladimirov, indicou no Telegram que um Tupolev-22M3 caiu na área devido a um incidente "técnico" e que pelo menos um tripulante morreu. Outros dois tripulantes foram encontrados vivos e os serviços de resgate buscam o quarto integrante da tripulação. Stravropol está localizada a leste da península anexada da Crimeia, local de vários ataques desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022. (AFP)