MPMG denuncia tortura, cárcere privado e tráfico de drogas em comunidade terapêutica no Sul de Minas

MPMG denuncia tortura, cárcere privado e tráfico de drogas em comunidade terapêutica no Sul de Minas
Imagem Ilustrativa -O MPMG solicitou a continuidade das apurações para identificar outras possíveis vítimas Foto: MPMG / Divulgação
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Entre os denunciados estão diretores e funcionários da comunidade terapêutica

O Tempo    Por Deanne Gherardi

 

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou 15 pessoas acusadas de integrar uma organização criminosa responsável por crimes como cárcere privado, tortura, tráfico de drogas e fornecimento de mercadorias impróprias para o consumo. Entre os denunciados estão diretores e funcionários da comunidade terapêutica Caminho de Luz, localizada na zona rural de Machado, no Sul de Minas.

Um médico, um psicólogo, três enfermeiros e outros funcionários da comunidade. Cinco dos acusados estão atualmente presos, e ex-funcionários também são investigados por suposta coação de vítimas após o início das investigações. O MPMG solicitou a continuidade das apurações para identificar outras possíveis vítimas e orientou que ex-internos do Caminho de Luz procurem a Polícia Civil em Machado.

Em junho deste ano, uma fiscalização realizada pelo MPMG, com o apoio das Polícias Militar e Civil e da Vigilância Sanitária, revelou graves irregularidades na comunidade. Foram encontrados instrumentos de contenção, medicamentos não autorizados, receituários em branco assinados e carimbados, alimentos impróprios para o consumo e cigarros contrabandeados. 

Durante a operação, o responsável pela comunidade tentou fugir, mas foi preso com aproximadamente R$85 mil em dinheiro. Outros quatro funcionários também foram presos em flagrante. As vítimas foram encaminhadas ao Pronto Atendimento de Machado com diversas lesões corporais.


Comunidade terapêutica Caminho de Luz

A Caminho de Luz foi fundada em maio de 2017. Com a promulgação da Lei nº 13.840, em 2019, que proibiu a internação em comunidades terapêuticas, a entidade alterou seu estatuto para se apresentar como uma clínica de tratamento para dependentes químicos, apesar de não atender aos requisitos legais para ser considerada uma unidade de saúde. Desde 2020, houve um aumento significativo nas ações judiciais de internação compulsória, muitas das quais solicitaram tratamento na Caminho de Luz, baseadas em laudos assinados por um médico da própria entidade.

Informações do MPMG