Irmão de Lula, Frei Chico recebe apoio de sindicatos por ter nome vinculado às fraudes no INSS

Apesar de não ser alvo direto da investigação, o nome de Frei Chico virou foco na imprensa por ser vice-presidente de entidade envolvida no escândalo
BRASÍLIA - Em carta aberta divulgada nesta segunda-feira (28), seis centrais sindicais declararam apoio ao irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Ferreira da Silva, o Frei Chico, vice-presidente de uma das entidades investigadas pela PF por supostos descontos não autorizados em benefícios previdenciários. Os representantes sindicais avaliam que há uma “politicagem eleitoral” contra o metalúrgico aposentado.
“Jamais Frei Chico utilizou a estrutura sindical ou política em benefício próprio. Sempre viveu —e continua vivendo— de maneira modesta, fiel aos seus ideais. Ao desviar o foco das investigações para sua figura, a narrativa em torno das fraudes no INSS torna-se um discurso contra o governo e contra o sindicalismo”, diz o documento.
Frei Chico acabou sendo envolvido na Operação Sem Desconto, realizada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que apura um esquema de fraudes no INSS. Ele é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos do Brasil (Sindnapi) — uma das 11 entidades investigadas.
Apuração da Polícia Federal e da CGU apontou um esquema nacional de descontos associativos não autorizados feitos por sindicatos em aposentadorias e pensões, que retiraram R$ 6,3 bilhões dos beneficiários entre 2019 e 2024. Desse total, o governo ainda não identificou quanto foi descontado ilegalmente e quanto foi devidamente autorizado pelo beneficiário.
Os sindicatos também afirmam que o caso está sendo “desvirtuado e transformado em instrumento de ataque aos trabalhadores e ao governo Lula”. Além disso, eles apontam que a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) e o Sindnapi estão sendo “injustamente atacados”.
“Acompanhamos, estarrecidos, as notícias sobre as fraudes no INSS. Por dois motivos principais: primeiro, pela roubalheira que atinge aposentados e pensionistas; segundo, pelas distorções que permeiam o noticiário, que, de forma maliciosa, tenta relacionar entidades e pessoas alheias ao caso, com o objetivo de promover ataques políticos e antissindicais”, declararam.
“Apoiamos a ação da Polícia Federal e defendemos o ressarcimento de todos que tiveram parte de seus benefícios surrupiados por organizações de má-fé. Repudiamos, igualmente, o desvirtuamento desse caso, transformado em mais um instrumento de ataque aos trabalhadores e ao governo Lula”, diz a carta.
A nota foi assinada por dirigentes da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores) e CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros).
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