Há um mês família aguarda resgate do corpo de montanhista juiz-forano desaparecido no Peru
Marcelo Delvaux desapareceu no dia 30 de junho enquanto escalava o vulcão Nevado Coropuna
Tribuna Por Mariana Floriano e Nayara Zanetti
Há um mês o montanhista juiz-forano, Marcelo Delvaux, desapareceu enquanto escalava um vulcão no Peru. Desde o dia 30 de junho ele não fez contato com a família e nem teve atualizações do sinal de GPS. As autoridades peruanas e a família presumem que Marcelo tenha morrido ao cair em uma fenda no gelo. O corpo, no entanto, não foi resgatado.
Guias da região, que também eram amigos do montanhista, fizeram incursões até o Nevado Coropuna, vulcão que Marcelo tentava escalar. Eles encontraram o acompanhamento do juiz-forano vazio e, por volta dos 6.800 metros de altitude, dois trackings (equipamento similar a um bastão, utilizado para se apoiar durante caminhada na neve) fincados no gelo, em frente a uma fenda de gelo muito profunda, na altitude em que o GPS de Marcelo ficou estabilizado desde o dia 30.
Em entrevista à Tribuna, a irmã de Marcelo, Patrícia Delvaux, afirmou que aguarda a finalização do inquérito por parte da polícia peruana para que a certidão de óbito seja emitida. “É uma morte presumida, como eles falam. O corpo não foi encontrado, mas as fotos e os vídeos do local onde ele provavelmente caiu servem de prova para que as autoridades o dêem como morto.”
morto.”
Fenda no gelo onde montanhista teria caído (Foto: Reprodução)
As fotos e os vídeos aos quais Patrícia se refere foram feitos por uma equipe de montanhistas contratada pela própria família de Marcelo. Na última semana, os guias tentaram retornar ao Coropuna, mas, por conta do mau tempo, não chegaram até a fenda. Eles devem repetir o percurso assim que possível com intuito de produzir mais evidências que ajudem na celeridade da certidão de óbito.
Apesar de conseguirem chegar perto da vala onde pode estar o corpo de Marcelo, os montanhistas contratados pela família não estão autorizados a realizar o resgate. O corpo só pode ser retirado pela polícia local. Algo que não deve acontecer, conforme Patrícia. “Da última vez que eles (os policiais) tentaram ir lá, passaram mal e tiveram que voltar. Atualmente eles alegam má condição do tempo para retornarem. É algo que a gente nem questiona mais, pois nem os equipamentos necessários para retirada do corpo eles têm.”
Para a irmã, a situação toda é angustiante. “A ficha não cai de jeito nenhum. A gente não consegue acreditar que uma fatalidade dessa aconteceu com uma pessoa tão experiente.” Por ser no exterior, os trâmites são todos mais demorados e complexos. Os pertences do irmão, como a barraca que usava e objetos pessoais, estão na posse da polícia peruana e devem ficar lá até que alguma pessoa possa trazer para o Brasil.
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