Grávida há mais de 50 anos, idosa descobre feto calcificado em abdômen
Caso foi registrado em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul; condição, chamada litopedia, é considerada raríssima
Itatiaia Por Fernanda Rodrigues
Uma mulher, de 81 anos, descobriu que vivia com um feto em seu abdômen há 56 anos, quando teve a última gestação. A descoberta inusitada aconteceu após a idosa dar entrada no Hospital Regional de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, com dores abdominais. A equipe médica visualizou o bebê calcificado em um exame de tomografia 3D. As informações são do G1.
A idosa passou por uma cirurgia para retirar o feto, mas não resistiu. Segundo o secretário da Saúde de Ponta Porã, Patrick Derzi, a idosa foi internada na última quinta-feira (14) com um quadro de infecção grave. No mesmo dia, ela fez o exame que identificou o feto calcificado e a cirurgia para retirar o bebê.
Após o procedimento, a mulher foi encaminhada para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas morreu no dia seguinte, na sexta-feira (15). Segundo Derzi, a causa da morte foi uma infecção generalizada - quadro causado por uma infecção urinária.
A mulher chegou a tratar a infecção urinária na cidade onde morava, em Aral Moreira, município a 80 km de Ponta Porã. Porém, teve que ser transferida para o Hospital Regional após apresentar uma piora no quadro. Antes da tomografia mostrar o feto, a equipe médica suspeitou de um câncer.
Calcificação é raríssima
A condição, chamada de litopedia , é considerada raríssima por especialistas. O secretário de Saúde explicou como a calcificação do feto acontece.
“A litopedia é um tipo raro de gravidez ectópica (quando o embrião se desenvolve fora do útero), e ocorre quando o feto de uma gravidez abdominal não reconhecida morre e se calcifica. O ‘bebê de pedra’ é resultante e pode não ser detectado por décadas, e pode causar complicações futuras”, disse Derzi ao g1.
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