Coqueluche: após disparada de casos em SP, a doença pode ‘chegar’ em Minas?
Número de ocorrências em SP chegou a 139 entre janeiro e junho de 2024, um aumento de 768,7% em relação ao mesmo período de 2023
O Tempo Por Rodrigo Oliveira
Os casos de coqueluche no estado de São Paulo chegaram a 139 entre janeiro e início de junho de 2024, um aumento de 768,7% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 16 casos, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo (SES-SP). Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), afirma que os números “servem de alerta para os demais estados".
“Não é possível afirmar que o aumento do número de casos em São Paulo implicará necessariamente no aumento de casos em Minas Gerais ou em qualquer outro estado. De toda forma, é fundamental a vigilância e o diagnóstico laboratorial para confirmar a evolução da doença em cada local”, explica.
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que, até o momento, foram registrados 13 casos em 2024. Em 2023 e 2022 foram registrados 15 casos em cada ano.
Kfouri também destaca que a situação em São Paulo reflete um momento de preocupação mundial, uma vez que pelo menos 17 países da União Europeia registram aumento de casos de coqueluche. Entre janeiro e março deste ano foram registrados 32.037 casos, número superior às 25.130 ocorrências notificadas em 2023.
“No Brasil o estado ainda é de alerta. A coqueluche é uma doença que evolui em ‘ondas’. Em determinadas épocas há uma maior disseminação e circulação da bactéria, que reduz naturalmente depois. Apesar da eficácia em prevenir surtos da doença, a vacinação precisa de reforços periódicos.”
De acordo com dados do governo federal, o último pico epidêmico de coqueluche ocorreu em 2014, quando foram confirmados 8.614 casos. De 2015 a 2019, o número de casos confirmados variou entre 3.110 e 1.562.
Segundo o Ministério da Saúde, a principal forma de prevenção da coqueluche é a vacinação aos 2, 4 e 6 meses de idade, com a vacina pentavalente, e duas doses de reforço aos 15 meses e aos 4 anos de idade, com a vacina tríplice bacteriana (DTP). Também é recomendada a imunização de grávidas a partir da 20ª semana de gestação e profissionais de saúde.
“A vacina tem como principal objetivo evitar as formas graves da doença, com internação e óbito, principalmente de bebês entre seis meses e 1 ano. Também é fundamental a vacinação da gestante, que transmite anticorpos ao filho, e ainda recomendamos a imunização dos familiares que mais convivem com o bebê, a chamada ‘estratégia casulo’, que aumenta a proteção”, destaca Kfouri.
De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS-SP), a cidade registrou cobertura vacinal de 93,85% no primeiro trimestre de 2024. O número já é superior aos números totais de 2023 (90,42%) e 2022 (80,97%). No estado, a cobertura vacinal para o imunizante atinge 76,3%, de acordo com dados do governo. A meta do Ministério da Saúde é de 95%.
Segundo a SES-MG, a cobertura em Minas Gerais com a vacina pentavalente em 2024 é de 85,30%, número inferior aos 87,61% registrados em 2023. Já a cobertura com a vacina tríplice bacteriana (DTP) neste ano é de 78,81%, frente aos 85,30% registrados em 2023.
(Com informações da Agência Brasil)
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