Atlético se pronuncia sobre investigação do MP contra ex-diretor financeiro por desvio de dinheiro

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Sede do Atlético, em Lourdes, BH Foto: Rodney Costa / O Tempo
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Carlos Fabel, diretor financeiro do clube entre 2009 e 2019, é acusado de apropriação indébita

O TEMPO Sports

 

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denuncia o ex-diretor do Atlético, Carlos Fabel, por apropriação indébita, crime previsto no artigo 168 do Código Penal Brasileiro. Na ação, o MP pede que ele devolva R$ 4 milhões aos cofres do Galo. Fabel era considerado o braço-direto de Alexandre Kalil, durante a gestão do ex-presidente em 2009, mas permaneceu no clube até 2018, atuando também nos mandatos de Daniel Nepomuceno (2015 a 2017) e Sérgio Sette Câmara (em 2018 e 2019). 

Sobre o assunto, o Atlético, que teria sido prejudicado com a conduta de seu ex-diretor, se pronunciou em nota. A apuração foi um desdobramento de processos de auditorias contratadas pelo Atlético que teriam apontado irregularidades no clube durante os dez anos em que Fabel foi diretor.

"O Clube Atlético Mineiro reafirma seu compromisso em colaborar com as autoridades competentes na apuração dos fatos, que se referem exclusivamente às gestões ocorridas entre 2009 e 2018", diz um trecho do comunicado. "O clube segue firme em sua missão de manter uma administração responsável e transparente, em benefício de seus associados e torcedores", complementa o Galo. 

As investigações do caso foram conduzidas pela Promotoria Criminal de Belo Horizonte e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO). Por tratar-se de procedimento que tramita sob sigilo judicial, o MPMG informou para a reportagem de O TEMPO Sports que não se manifestará.

Carlos Fabel foi procurado pela reportagem para se pronunciar sobre o assunto. Mas ele não atendeu às ligações, nem retornou à mensagem. O espaço segue aberto e houver interesse em falar sobre o caso. 

O que é apropriação indébita?

É um crime previsto no Código Penal Brasileiro que consiste em tomar para si um bem que pertence a outra pessoa, sem o consentimento do proprietário. A comprovação envolve a apresentação de elementos probatórios, como registros de conversas, câmeras de segurança ou comprovantes de acesso ao local onde o bem se encontrava.

Tramitação e processo

O processo está na 11ª Vara Criminal de Belo Horizonte e corre em segredo de Justiça, uma vez que contém documentos oriundos de quebra de sigilo bancário e fiscal dos investigados. A ação do MP também pede reparação de danos ao clube, além das punições criminais aos envolvidos. A presença de outras pessoas na denúncia  e outros crimes não estão descartados.

Fabel chegou a receber cerca de R$ 10 milhões de reais - em valores da época - do Atlético ao longo de sua passagem pela diretoria financeira do clube. Esse montante é de quase R$ 20 milhões em valores atuais, aplicando a correção pela inflação. Uma auditoria identificou que ele era remunerado pelo Atlético por meio de três empresas, todas das quais ele é proprietário. Existe a suspeita de que esses pagamentos eram uma forma de legalizar desvios de recursos do clube. (Com Estadão Conteúdo)