Reconhecimento facial já identificou pessoas com tornozeleira no Carnaval de BH

Reconhecimento facial já identificou pessoas com tornozeleira no Carnaval de BH
Sistemas de câmeras estão localizados em dois dos pontos mais movimentados do Carnaval de BH — Foto: JOÃO GODINHO / O TEMPO
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp

Dois suspeitos foram detidos após descumprirem e ficarem na rua à noite; eles foram conduzidos e poderão perder o benefício

Por José Vítor Camilo e Mariana Cavalcanti

 

Desde o início do feriado, pelo menos duas pessoas utilizando tornozeleiras eletrônicas e que não tinham autorização da Justiça para ficar na rua no período noturno, foram identificadas e presas por meio das câmeras com reconhecimento facial que estão atuando em dois pontos do Carnaval de Belo Horizonte em 2024. A informação foi confirmada a O TEMPO pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) nesta segunda-feira (12 de fevereiro).

As prisões aconteceram entre o sábado e o domingo de Carnaval. Conforme a secretaria do governo de Minas, as prisões aconteceram por meio da atuação da Polícia Penal (PP) nas carretas onde as câmeras com a tecnologia estão instaladas.

Do veículo, os policiais monitoram os presos utilizando tornozeleira eletrônica e, em caso de ser identificada alguma irregularidade, como alguém na multidão com restrição para estar ali pela ordem judicial, a Polícia Militar (PM) é acionada e faz a abordagem da pessoa imediatamente.

Uma destas prisões também foi confirmada neste domingo pelo coronel Micael Henrique Silva, comandante do Policiamento da Capital, em entrevista concedida ao jornalista Laudívio Carvalho, no programa Direto da Redação, da FM O TEMPO.

"No domingo chegamos à prisão de um indivíduo tornozelado, autor de homicídio e com duas passagens por tráfico, que deveria estar em casa e estava no Carnaval. Estamos com toda uma coordenação de esforços, das forças de segurança e da Justiça, para retirar esses indivíduos que estão cumprindo medidas judiciais diversas do encarceramento e estão descumprindo o que foi determinado pela Justiça e aproveitando para curtir o Carnaval", detalhou o militar.

Como funcionam as câmeras

O Centro Integrado de Comando e Controle Móvel  (CICC) utiliza um software que cruza informações do banco de imagens do sistema prisional com as imagens captadas por seis câmaras de alta definição, que estão acopladas em duas unidades móveis.

Uma carreta está posicionada na avenida Afonso Pena, na Praça Sete, por onde passam os blocos mais tradicionais do Carnaval de BH, enquanto a outra fica na avenida dos Andradas, no bairro Santa Efigênia. Leonardo Ricardo, diretor do Centro Integrado de Comando, explica como funciona o sistema de segurança.

"Temos três bancos de dados no sistema: um das forças policiais, um de desaparecidos e outro com alvos de interesse da Polícia Militar. O sistema faz a varredura com as câmeras de alta resolução acopladas nos veículos, tira foto dos rostos de indivíduos constantemente e, quando é alguém inserido no banco de dados, o sistema lança o alerta e imediatamente fazemos uma pesquisa se a pessoa tem mandado de prisão ou descumpre alguma ordem judicial. Se a pessoa estiver com tudo certo na Justiça, ele continua curtindo o carnaval dele normalmente", explicou Ricardo.

Além dos foragidos da Justiça, o banco de imagens também cruza informações sobre pessoas com tornozeleira e desaparecidos. A ideia é que o sistema consiga, ainda, identificar pessoas que estejam tentando se esconder com barba ou máscaras.

Após o Carnaval, a Sejusp irá se reunir para decidir se utilizará a tecnologia em outros eventos do estado e, também, se o dispositivo poderá ser ampliado para o próximo Carnaval.