PMMG diz não ter ‘restrição’ para uso de câmeras corporais, mas admite não ser prioridade

PMMG diz não ter ‘restrição’ para uso de câmeras corporais, mas admite não ser prioridade
PMMG não trata a aquisição de câmeras corporais como prioridade Foto: PMMG / Divulgação
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Comandante-geral da corporação também vê impacto, com diretriz atual de uso, para privacidade dos militares e a atividade policial

O Tempo    Por Bruno Daniel e Gabriel Rezende

 

Em meio ao debate nacional sobre o uso de câmeras corporais em policiais militares, a corporação mineira diz não ter “restrição” ao uso do dispositivo. Contudo, admite que a aquisição dos equipamentos não é uma prioridade para o Estado. A posição foi apresentada pelo coronel Carlos Frederico Otoni Garcia, comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).

Durante coletiva do Governo de Minas, nessa quarta-feira (11), o coronel afirmou que a corporação não limita o uso de câmeras e indicou haver militares que compraram dispositivos com recursos próprios. No entanto, segundo ele, o governo entende existir outras prioridades. "Podemos investir em outras demandas antes das câmeras”, afirmou, colocando a corporação mineira como uma das mais bem avaliadas do Brasil.

Além disso, o coronel fez ressalvas à portaria do Ministério da Justiça e Segurança Pública que trata das diretrizes sobre o uso de câmeras corporais em policiais. Na visão dele, o modelo de utilização dos dispositivos precisa ser revisto para não violar a privacidade dos militares nem prejudicar a atividade policial.

“No modelo que está na portaria, o policial não tem domínio do momento da gravação, que ocorre ininterruptamente, até o fim do trabalho", destaca. Segundo ele, além de prejudicar a privacidade do militar, o fornecimento de denúncias anônimas também seria afetado.

“Também há uma quebra de privacidade das pessoas com as quais o militar vai se relacionar durante o turno de serviço. Logicamente, a pessoa que se sentia segura em manifestar alguma informação para o militar, ao ver que está sendo gravada, pode não se sentir confortável", explica.

Debate sobre uso das câmeras corporais 

O uso de câmeras corporais em policiais militares tem sido amplamente debatido no Brasil, com foco em seus impactos na segurança pública, na transparência das ações policiais e na proteção de direitos humanos. Apesar da diretriz apresentada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, cada estado pode decidir sobre o uso dos dispositivos. 

Nesta semana, no entanto, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, determinou que o uso de câmeras corporais se torne obrigatório para policiais militares de São Paulo durante operações, em resposta a um pedido da Defensoria Pública do Estado.

Na decisão, o ministro mencionou episódios recentes de violência contra indivíduos que não representavam risco ou resistência, além de casos de desligamento intencional das câmeras.